É preciso saber viver.

“Quem espera que a vida seja feita de ilusão, Pode até ficar maluco ou morrer na solidão, É preciso ter cuidado para mais tarde não sofrer, É preciso saber viver.”

Outro dia, a também colunista da rede Donadelas, a especialíssima Cláudia Andrade, pediu-me para que explanasse sobre a frase “é indispensável saber sofrer”, lida em um livro, que capturou sua emoção e atenção.

Não à toa, a ideia de sofrimento gera repulsa, pois implica em desgaste emocional e mental, emoção desregulada e perda da capacidade de conduzir a vida e os dias. Em psicanálise, temos uma construção teórica que explica de forma sucinta o exposto acima, nos ensinando que o ser humano vive fugindo do desprazer e na incessante busca do prazer, simultaneamente, para sentir na prática o que se chama de felicidade.

Esse mal-estar cultural nos coloca na seguinte mentalidade: se vivo em busca da felicidade, me blindo de fatores que dela me afastam. Porém, para quem aqui faz terapia ou já passou por tortuosas travessias pessoais/profissionais, estar vivo em nada é sinônimo de viver! Viver carrega consigo ciclos que precisam ter início, meio e fim. Sejamos sensatos, esses ciclos são lineares, de todo previsíveis, permeados pelas mesmas emoções e pessoas que nos são preciosidades?

(Pausa necessária. Pense. Respire. Já tem respostas?)

A alegria só existe na plenitude porque temos a capacidade de viver a tristeza, em igual intensidade. A felicidade só é sentida porque conhecemos o sofrimento. Poderia discorrer longamente sobre a necessidade de abraçarmos emoções e sentimentos que são contraditórios e até ruins, para não fugirmos de nós mesmas, e em especial, da vida vivida.

Portanto…

“É preciso saber viver, é preciso saber viver…”

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