Soft skills – competências comportamentais
Todos nós sabemos que não é possível falarmos sobre inovação sem pensarmos sobre sua influência para as futuras profissões. O mercado vem exigindo, cada vez mais, profissionais inovadores, proativos e com facilidade de adaptação às mudanças diárias que ocorrem mundo afora.
Com tantas transformações, avanços tecnológicos e científicos sacudindo as gerações, nos questionamos se o nosso modelo de educação está preparando para tantas inovações. O fato é que sem uma educação inovadora fica difícil avançarmos rumo ao futuro.
Nesse cenário a qualificação adequada pode gerar inúmeras oportunidades de trabalho. E ela não é somente a técnica, mas, essencialmente, a comportamental. Para isso é necessário estar preparado para as novas ou antigas e renovadas competências exigidas pelo mercado.
Até poucos anos atrás falava-se na possível substituição do homem pela máquina, hoje o que se percebe é a integração da máquina ao nosso cotidiano e o intenso processo de aprendizagem para uma boa relação de convivência. E, nesse aspecto, a convivência mais relevante é do homem com o homem, pois é ele quem move a máquina.
Mas como se manter competitivo com todas essas exigências?
Segundo o escritor, jornalista científico e psicólogo Daniel Goleman, considerado o pai da Inteligência Emocional, existe uma lacuna entre o que os grandes líderes empresariais esperam dos recém-formados e o que eles oferecem às empresas. Muitos deles dominam muito bem as tecnologias, são ambiciosos e desejam reconhecimento, mas poucos exercitam a inteligência emocional no trabalho. Daí, percebe-se que não basta dominar as tecnologias disponíveis é muito importante que o profissional, seja recém-formado ou experiente, desenvolva habilidade comportamentais.
Hoje em dia, muitas empresas reconhecem e valorizam não só as qualidades técnicas de um profissional, mas as características ligadas ao comportamento do indivíduo. E é aí que que essas habilidades passam a ter relevância no ambiente corporativo. Elas são as Soft Skills. São elas que proporcionam às pessoas a conquista de espaço e confiança no ambiente de trabalho.
Soft Skills são competências comportamentais que uma pessoa possui para se relacionar com outras, sem gerar conflitos desnecessários, mesmo trabalhando sob pressão. É um termo em inglês muito utilizado pelos profissionais de recursos humanos.
Resumindo, são todas as habilidades com que nos comunicamos, nos relacionamos, nos expressamos e colaboramos com o outro. Por serem capacidades subjetivas, elas não dependem da formação profissional ou do número de diplomas ou certificados que a pessoa possui.
Um estudo realizado pela Deloitte mostrou que um terço das empresas vão ter soft skills como prioridade até 2030. Isso significa dizer que necessitaremos estar preparados para esse novo ambiente de negócios, se quisermos continuar competitivos para o mercado.
É bom lembrar que desenvolver essas habilidades não é tão fácil assim. E depende muito de a pessoa querer mudar. Algumas podem ser aprendidas e exercitadas no dia a dia, mas há ainda aquelas que fogem ao nosso conhecimento. O primeiro passo é, sem dúvida alguma, conhecê-las e exercitá-las.
Muitos artigos apresentam uma série de habilidades importantes a serem desenvolvidas, mas observamos que em várias listas a resiliência, a colaboração e saber lidar com trabalho sob pressão são recorrentes.
Apresento aqui outras competências consideradas importantes para os profissionais de recursos humanos:
– Proatividade;
– Trabalho em equipe;
– Inteligência Emocional;
– Flexibilidade;
– Comunicação eficaz;
– Ética e compliance;
– Criatividade;
– Pensamento crítico e inovativo;
– Abertura a feedbacks e melhorias
Muitos recrutadores se utilizam de técnicas para avaliar as soft skills dos candidatos. Testes de perfil, entrevistas investigativas de experiências anteriores, cursos, oficinas, dentre outros.
A sua empresa pode e deve buscar formas de identificar essas habilidades em seus colaboradores, afinal isso também faz parte dos requisitos para sobrevivência das empresas.
[…] – A taxa de desemprego dos profissionais qualificados, com curso superior, foi 4,1% no final do primeiro trimestre de 2023. Em contrapartida o índice de desocupação geral da população em idade para o trabalho formal, foi de 8,8%. Muitos dos entrevistados possuíam qualificação superior, mas careciam das tão importantes soft skills. […]