A inteligência artificial vai acabar com o emprego?

A Inteligência Artificial (IA) vai acabar com os empregos?

Essa pergunta permeia a cabeça de muitas pessoas quando o assunto é tecnologia e inovação. Muitos perguntam quando acontecerá e outros afirmam que já está acontecendo.

Esse é um assunto bastante instigante e difícil de responder. E um dos temas de maior preocupação são os impactos que a tecnologia pode promover nas atividades profissionais.

Há cinco anos, estudos da empresa Gartner apontavam que a IA iria gerar mais empregos do que eliminar. Em entrevista à revista Siemens Rolf Heuer cientista e ex-diretor geral da Organização Europeia para Pesquisa Nuclear afirmava que “as máquinas podem ajudar na pesquisa, na indústria e na vida cotidiana. Entretanto as corporações vão sempre precisar de pessoas inteligentes”. E tudo isso já está acontecendo.

As preocupações sempre surgem e se repetem quando temos uma nova Revolução Industrial. E a revolução vivida hoje é a Digital. E, nesse campo, a Inteligência Artificial é a que mais mexe com o nosso imaginário.

As opiniões são bastante divergentes. Mas em todas as discussões uma tese é comum, a IA vai sim influenciar o mundo do trabalho. Na verdade, já está alterando.

Mas se olharmos um pouco mais atrás essas ondas sempre acontecem quando uma tecnologia é substituída por outra. Há 30 anos muitas empresas possuíam em quadros a profissão de telefonista. Há 13 anos ninguém imaginava poder usufruir de uma assinatura de filmes, por canal fechado, como a Netflix. Inúmeras locadoras fecharam na época. Isso também aconteceu com serviços de reprodução de documentos, vendedores de enciclopédias, datilógrafos (que a maioria dos jovens não sabe que profissional é esse) e tantos outros.

Mais recentemente temos outras profissões sendo provocadas a se modernizar e outras fadadas a não mais existirem em pouco tempo, como os taxistas, que podem ser substituídos por carros autônomos e os corretores de imóveis que estão sendo substituídos por aplicativos e plataformas, que proporcionam viagens virtuais e de realidade aumentada nos imóveis a serem adquiridos.

É importante lembrar que a automação de processos já era vista como uma ameaça aos empregos desde o século XIX. No entanto não houve um desemprego em massa, como está se prevendo para a era da Inteligência Artificial.

Esse é o mundo do trabalho, sempre se renovando e se reinventando. E a previsão de futurólogos, historiadores, sociólogos e cientistas é que até 2050 o mercado de trabalho seja totalmente transformado pelos avanços da IA.

Muitas profissões deixarão de existir e tantas outras surgirão. A automação eliminará muitos empregos e a demanda por profissionais altamente especializados aumentará. Atualmente as profissões mais valorizadas são aquelas diretamente relacionadas à Tecnologia da Informação. Engenheiros e profissionais de TI estão super valorizados no mercado, sendo disputados por inúmeras empresas. Pesquisas apontam um déficit de 103 mil profissionais ano.

O que está acontecendo no mundo é que a Revolução Digital tem provocado fortes impactos nas habilidades físicas dos seres humanos, mas as cognitivas sempre vão permanecer. E, nesse contexto, é de suma importância investir nas qualificações exigidas pelo mercado de trabalho. Ficar atento às mudanças e movimentos tecnológicos pode proporcionar ao profissional um diferencial competitivo.

De uma coisa esteja certo a IA irá extinguir muitos empregos, mas o mercado naturalmente criará outras novas ocupações, com maiores graus de complexidade e responsabilidade. Sendo o futuro incerto, a hora é de focar em outros aprendizados, como desenvolvimento do equilíbrio mental, inteligência emocional e resiliência. Esses são exemplos de soft skills dos quais tratamos em um artigo anterior.

Diante desse cenário, é importante estar atento aos movimentos provocados pela introdução de novas tecnologias. Pessoas e máquinas irão conviver cada vez mais e o desafio será encontrar maneiras complementares de atuação e interação. O diferencial estará nas habilidades não humanas das máquinas, a serem desenvolvidas por você.

Sucesso.