Inovação social – como contribuir                                                                

A preocupação com o bem-estar social se tornou cada vez mais forte e urgente. Demandas como a pobreza, fome, educação, emprego, moradia e o meio ambiente, tem unido pessoas, empresas e governos em torno de uma forte ferramenta chamada Inovação Social.

A Inovação Social é descrita como o desenvolvimento e implementação de novas soluções, com o objetivo de melhorar o bem-estar de indivíduos e comunidade, segundo a OCDE.

É comum relacionarmos a inovação ao mundo dos negócios, mas ela é também uma ferramenta poderosa para promover o desenvolvimento social e ambiental de uma comunidade.

A prova é que cada vez mais as pessoas e as empresas têm se mobilizado para atuar com responsabilidade diante das mais diversas demandas sociais. E aqui não estamos falando em filantropia, mas em ações concretas que provocam mudanças em grupos e pessoas.

É o “S” do ESG ganhando cada vez mais protagonismo frente a tantas ausências de políticas públicas governamentais e a tantas catástrofes que ocorrem no mundo. Vide o número de queimadas ocorrendo no mundo, especialmente no Brasil.

E como a inovação social ganhou relevância?

– Pela insuficiência de soluções ofertadas para suprir as desigualdades sociais;

– Pela dificuldade da sociedade civil em lidar com problemas complexos em larga escala;

– Pelo pouco ou nenhum acesso dos mais pobres a insumos básicos como alimentação, saúde e educação;

– Por tantas catástrofes ocorridas no mundo resultantes da intervenção do homem em relação ao meio ambiente (desmatamentos, guerras);

– Pela ausência de políticas públicas voltadas aos mais necessitados.

A inovação social não tem o objetivo de solucionar todas essas questões. Mas ela pode minimizar inúmeros problemas e permitir que comunidades vulneráveis tenham acesso a serviços como educação, saneamento básico, moradia digna, alimentação e a outros benefícios que jamais teriam se não fosse a iniciativa de vários grupos e voluntários.

Apesar do seu potencial transformador, ela enfrenta diversos desafios. A falta de financiamento, o desconhecimento dos seus impactos junto a sociedade e a resistência à mudança são algumas das barreiras que limitam a efetividade dessas iniciativas.

Não se pode pensar em futuro sem pensar na equidade social e na sustentabilidade. E todos nós temos muito a contribuir.

Não é necessário abrir uma empresa para esse fim. O engajamento pessoal ou empresarial junto a grupos já existentes pode contribuir sobremaneira com a transformação de comunidades vulneráveis.

A sua empresa também pode adotar soluções simples que podem promover transformações. Veja alguns exemplos:

– Ofertar vagas para pessoas da comunidade do entorno;

– Implementar programas sociais junto a comunidades mais vulneráveis;

– Implementar práticas sustentáveis na empresa;

– Dedicar horas ou recursos financeiros para apoiar causas como alfabetização de crianças e adolescentes; visitas a hospitais; ajudar na captação de recursos de grandes empresas; melhorar moradias de pessoas em situação de vulnerabilidade social.

No Brasil existem milhares de grupos, associações, cooperativas e startups que praticam inovação social. Uma delas é a startup Moradigna que atua oferecendo serviços de reformas personalizadas de casas e barracos, para pessoas carentes, através de parcerias e oferta de serviços de qualidade.

Construção de casas utilizando materiais reciclados, plataformas que oferecem cursos profissionalizantes gratuitos; clínicas que oferecem serviços médicos e laboratoriais a baixo custo ou através da telemedicina; plataformas de financiamento coletivo; instituições financeiras comunitárias que oferecem empréstimos de pequeno valor a empresários informais; grupos de acolhimento a mulheres vítimas de violência familiar e tantas outras iniciativas importantes são exemplos de como uma inovação social pode transformar a realidade de uma comunidade.

Com tantos problemas complexos, que não podem ser resolvidos isoladamente é necessário que haja a colaboração de todos. Então pergunto: você já pensou em se engajar em algum grupo que pratica a inovação social?

Reflita.

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