Na contramão da inovação

A inovação está em tudo o que criamos, produzimos e comercializamos. É difícil imaginar a vida atual sem os recursos tecnológicos disponíveis. Mas quando se trata do acesso a esses recursos pela população brasileira, o cenário é preocupante.

Em agosto de 2023 a Agência Brasil publicou um artigo sobre o novo estudo do IBGE sobre a pobreza no Brasil. Apesar de a pobreza ter apresentado queda, comparada a biênios anteriores, as desigualdades se mantêm, especialmente nas questões estruturais.

O estudo focou em grupos que apresentaram privações na qualidade vida. Aspectos como saúde, educação, moradia, serviços de utilidade pública, acesso a serviços financeiros, dentre outros classificados como básicos, foram amplamente analisados e os resultados apontaram que, mesmo com a queda no percentual de pobreza essas dimensões evoluíram pouco, para melhor. O grupo de estudo saiu de 44,2% (2008-2009) de pessoas que viviam com algum grau de pobreza no país, para 22,3% no período de 2017 a 2018.

Para um país que ocupa o 1º lugar, na América Latina, no ranking do Índice Global de Inovação – IGI e o 49º lugar entre 132 países inovadores no mundo, ainda temos muito a avançar nesse campo.

Os dados foram divulgados pela OMP – Organização Mundial da Propriedade Intelectual.

Texto original: (https://www.poder360.com.br/tecnologia/brasil-lidera-ranking-de-indice-global-de-inovacao-na-america-latina/)

Dessa forma, como pensar em produção e acesso à inovação com tanta pobreza e com 2 milhões de crianças e adolescentes (11 a 19 anos) fora da escola? Reduzir os índices de pobreza do Brasil requer uma ampla abordagem que inclui políticas púbicas eficazes, investimentos em educação, infraestrutura e muita vontade em querer mudar esse quadro.

Mas como o brasileiro não vive só de esperança, muitos grupos no Brasil, em situações de vulnerabilidade social, resolveram fazer um esforço e buscar soluções para seus problemas, através do empreendedorismo social.

A busca por uma vida mais digna está cada vez mais ganhando força e atraindo empresas privadas, com o foco no social. Projetos como o Favela 3 D (Digna, Digital e Desenvolvida), criado pela ONG Gerando Falcões e atuante em 25 estados, tem trabalhado para quebrar os ciclos de pobreza e criar um ambiente propício para a implementação de inovações.

O desenvolvimento da economia criativa é outra perspectiva positiva para a transformação social.

O certo é que se não fizermos nada o Brasil continuará sendo fornecedor de mão de obra com baixa qualificação e sendo explorado pelos grandes produtores de tecnologias.

Não há como se pensar em inovação sem educação. É um caminho sem volta.

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