A empresa e a sustentabilidade
Sustentabilidade é tudo e não tem como não tratarmos deste assunto aqui. O tema tem sido discutido em todas as pautas dos setores públicos, privados e da sociedade como um todo.
Tem sido recorrente se falar em sustentabilidade ambiental, social, empresarial e econômica, como aspecto de inovação empresarial. Mas o que é sustentabilidade e como se engajar nesse tema tão importante?
Segundo a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento “sustentabilidade é o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro”. Podemos dizer que é a capacidade do ser humano interagir com o ambiente sem comprometer os recursos naturais destinados às próximas gerações. E, quando pensamos mais no poder e nos recursos financeiros muitas vezes a abordagem ambiental acaba ficando em segundo plano
Para que as gerações cresçam precisamos equilibrar esses eixos, pois eles estão intimamente ligados e um precisa do outro. Dito assim, de forma ampla, pode parecer simples e redundante, mas não é. O conceito de sustentabilidade é complexo e requer a compreensão de uma série de questões sociais, econômicas, energéticas e ambientais.
Aqui vamos nos ater a apenas dois aspectos que interferem diretamente na sustentabilidade empresarial e de como eles podem promover um diferencial de responsabilidade social, competitividade e imagem, junto à sociedade.
Hoje, mais do que nunca, uma empresa para ter destaque e relevância dentro do seu mercado de atuação precisa estar atenta a essa temática e cumprir seu compromisso de responsabilidade para com ambiente em que ela vive. Essa atitude pode contribuir para que ela se torne reconhecida junto aos clientes, acionistas e a sociedade como um todo.
Os empresários precisam entender que o crescimento do seu empreendimento não deve ser benéfico apenas para seus proprietários, mas, principalmente para o consumidor. Isso pode ser um diferencial competitivo.
E essa questão não é modismo, é necessidade e respeito para com o meio ambiente e as gerações futuras.
Um reforço para essa questão é o comprometimento de muitos governantes na cobrança da legislação, como forma de buscar a adesão das empresas ao compromisso de responsabilidade social.
Um dos aspectos que abordaremos aqui é o PGRS – Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos instituído pela Lei Federal nº 9.605 de 12 fevereiro de 1998. A Lei diz que “todos os geradores de resíduos previstos na Política Nacional de Resíduos Sólidos são obrigados a elaborarem o PGRS”. Isso significa que as empresas necessitam dar uma destinação final ambientalmente adequada aos resíduos gerados, especialmente os grandes geradores, sejam dos setores públicos ou privados, além de realizar a gestão dos resíduos de forma adequada.
Isso vale para todas as empresas? Praticamente sim. Os setores e segmentos empresariais citados na Política Nacional de Resíduos especificam alguns, mas a Lei abrange várias empresas com geração significativa de resíduos, independente do seu porte.
Aqui um exemplo para ilustrar. A orla de São Luís e rodeada por inúmeros bares e restaurantes que geram resíduos sólidos como latas de refrigerantes, garrafas de vidro, copos e garrafas de plástico, além de resíduos orgânicos.
A Vigilância Sanitária os orientou a terem um programa de Gestão Ambiental e implantarem o PGRS. O Sebrae realizou uma consultoria e hoje as empresas segregam o lixo reciclável e entregam para cooperativas destinadas a esse fim.
Atualmente o PGRS é regulamentado pela Lei Federal 12.305 de agosto de 2010 e reforça seu objetivo de fazer com que as empresas instituam uma metodologia própria de gestão dos resíduos e acompanhem seu processo de produção, com o propósito de gerar menos rejeitos. Ele é um documento exigido pelo órgão ambiental municipal e, quando a empresa é autuada, deve se pronunciar o mais breve possível para adequação do seu empreendimento e recebimento do alvará de regularização. Este documento deve ser atualizado anualmente e apresentados aos órgãos ambientais do município em que a empresa estiver sediada.
É muito importante buscar essas informações junto aos órgãos competentes, para evitar algum tipo de autuação.
O que tem de bom em implantar um Plano de Gestão de Resíduos em sua empresa? Além de estar regular com a Lei você pode ser visto como uma empresa que se preocupa com o meio ambiente, contribui para as recicladoras de lixo, pois ele gerador de dinheiro, além de agregar valor à imagem da sua empresa.
Como dissemos no início, outro tema importante que pode ser trabalhado como um diferencial para sua empresa é o ESG – Environmental, Social e Governance, a sigla em inglês significa ambiental, social e governança.
O ESG é um indicador que serve para medir a consciência das empresas em relação ao seu comportamento diante de aspectos ambientais, sociais e de governança, bem como mensurar o valor da empresa e o impacto de suas ações.
No último ano, segundo publicação do Valor Econômico, a busca pelo termo ESG no Brasil praticamente triplicou. Ele vem ganhando grande visibilidade graças a preocupação crescente do mercado financeiro sobre a sustentabilidade. Tido por alguns como novidade o ESG vem revolucionando e colocando forte pressão sobre o setor empresarial, por estar sendo considerado essencial nas análises de risco e nas decisões de investimentos das organizações.
Esse tema foi bastante debatido como um dos diferenciais para o segmento do varejo no NRF – National Retail Federation, considerado o maior evento de varejo do mundo. Os temas tecnologia e inovação foram amplamente explorados e, certamente a Sustentabilidade Empresarial não poderia estar de fora da pauta.
Exploraremos mais sobre a NRF, PGRS e ESG no próximo artigo, pois o tema é amplo e nos traz muitas dicas para o dia a dia das empresas.
Até lá.
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