Se você escolheu abrir uma empresa, faça o que é certo!

Uma coisa que me dói ouvir é: “Nesse país não dá para fazer tudo certo, se eu pagar todos os impostos, meu negócio não é viável…”.

Eu acredito que talvez não seja mesmo. Mas se o seu negócio só tem viabilidade se você fizer algo errado, o problema é seu! Não é do país, não é do governo, não é de mais ninguém, É SEU! Se você abriu uma empresa sem conhecer boa parte dos riscos, do processo de gestão, das obrigações, e ainda assim escolheu seguir em frente, assuma todas essas ações.

Não estou aqui para julgar, cada pessoa tem seus valores de vida definidos, a proposta aqui não é discuti-los. Mas lembre-se de que para todas as ações que você pratica, a responsabilidade pelos resultados alcançados, é sua. Culpar outra pessoa, instituição ou sistema pelos seus erros, é no mínimo infantil. Por mais que você não saiba que está errando, ainda assim, não dá para usar esse argumento perante o governo ou outras pessoas da cadeia de valor da sua empresa.

Então, você que tem uma empresa formalizada (com CNPJ), cerque-se do máximo de informações sobre tudo que pode implicar na operação deste negócio. Leia, estude, pergunte, faça contas, compare, estude de novo, busque profissionais qualificados para tirar suas dúvidas.

E lembre-se: isso não tem fim, porque as leis mudam, os procedimentos de entrega de obrigações mudam… é imperativo que você esteja atenta a todas essas mudanças, pois é o seu nome está em jogo, o nome da sua empresa, o seu patrimônio que será prejudicado, e isso tudo ainda pode impactar no seu relacionamento familiar.

Então vamos lá: abaixo listei algumas ações que definitivamente não são boas práticas; e que se você se identificar praticando uma ou mais, esteja certa de que isso pode te prejudicar agora ou no futuro. Vale a pena ficar atenta a essas atitudes abaixo:

1. Contratar funcionários e não pagar e/ou recolher todas as obrigações trabalhistas (FGTS, INSS, horas extras, férias…).

2. Emitir fatura (Nota Fiscal) somente do que vende no cartão e não emitir sobre a venda em dinheiro.

3. Comprar mercadoria com meia nota (se você nem sabe o que é isso, parabéns).

4. Vender mais produtos do que estão registrados no livro de entrada de mercadoria. Isso pode ser uma das consequências do item 3.

5. Não pagar um fornecedor.

6. Não pagar os funcionários em dia e corretamente.

7. Comprar mercadoria sem nota fiscal. E também não emitir uma nota fiscal de entrada.

8. Não pagar os impostos corretamente (somente aqui neste item, dá para escrever mais umas 15 ações que caracterizam o recolhimento errado dos impostos).

9. Estar com a empresa registrada como comércio, e de repente comprar insumos e começar a produzir peças (como se fosse indústria) e não ter nota fiscal de entrada dos produtos que produziu.

10. Vender produtos em consignação sem nota de entrada de consignação e claro, sem a nota de baixa dos produtos vendidos nesta operação.

11. Participar de feiras, exposições, ou outras ações, fora do espaço de seu negócio, sem estar amparada por uma nota fiscal de transporte dessa mercadoria.

Se você se viu em alguma dessas ações, não precisa se desesperar. Mas é importante ter consciência que um erro pode levar a outro, e outro…, e você um dia estará diante de uma bola de neve para resolver. Portanto, quanto antes cuidar disso, melhor.

Procure seu contador, explique suas dúvidas, pergunte que soluções ele pode te dar para corrigir o que está na competência dele. Se for o caso, busque ajuda com um bom consultor de negócios, advogado ou consultor financeiro. O importante é não se esconder do problema.

Não tenha vergonha de assumir que errou, busque informações o mais rápido possível, e lembre-se: a empresa é sua, é o seu nome e cpf que estão atrelados a ela, não espere a corda arrebentar para buscar soluções. Seja proativa.

A responsabilidade é 100% sua, portanto, assuma suas atitudes de cabeça erguida, com coragem e determinação para mudar o que está errado, e desta forma, sem dúvida, terá mais segurança para fazer o que é imprescindível fazer: O CERTO!