Por que é importante falar sobre sustentabilidade?

Nunca falamos tanto em Sustentabilidade e do quanto esse tema envolve a sobrevivência das empresas e de todos os seres que povoam o planeta.

Normalmente, quando tratamos sobre o assunto o aspecto ambiental/ ecológico é o mais explorado. Mas é impossível se pensar em Sustentabilidade sem entender primeiramente o seu conceito e conhecer suas 4 subdivisões: a ambiental/ ecológica; a social; a econômica e a empresarial. Esta última um conceito mais recente.

A literatura apresenta diversos conceitos. Mas, de maneira simplificada, Sustentabilidade diz respeito à maneira como nos relacionamentos com a natureza e os seres que nela vivem. É a capacidade que temos de suprir as necessidades atuais sem comprometer as gerações futuras.

É um tema tão abrangente, que é possível discorrer sobre ele de forma macro, bem como levá-lo à rotina do dia a dia. Ele surgiu do entendimento de que alguns recursos naturais são finitos e que outros podem levar milhares de anos para se recompor.

Mas por que é importante compreender a sua importância? Primeiramente por um motivo bem óbvio, se você não cuidar, vai acabar. Segundo porque já foi comprovado que empresas que incorporam esse tema em sua estratégia de negócio só têm a ganhar.

A 27ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas – COP27, ocorrida neste mês, no Egito, discutiu sobre os efeitos das mudanças climáticas no planeta. Os cientistas são unânimes em afirmar que se não adotarmos medidas mais sustentáveis em busca da neutralidade do carbono, até 2050, teremos um planeta superaquecido e com mudanças climáticas extremas, nos próximos 10 anos. Essa alteração está diretamente relacionada à forma como produzimos os insumos que consumimos e de como lidamos com as questões ambientais.

É uma situação por demais preocupante, principalmente porque a população mundial continua crescendo. No último dia 15 de novembro, segundo a ONU, a população global alcançou o número de 8 bilhões de habitantes, com a previsão de alcançar 8,5 bilhões em 2030.

E aí refletimos quanta gente para alimentar, quanta poluição lançada no planeta para gerar insumos para essa população e quanto resíduo e rejeito gerado pelos seres vivos, especialmente o homem?!

É uma equação difícil de fechar, pois quando falamos em Sustentabilidade, tendemos a transferir a responsabilidade aos governos ou às empresas. Mas você já se questionou quanto está contribuindo para a produção de rejeitos?

Rejeito é tudo aquilo que não tem mais utilidade e não pode ser reciclado. Os seres vivos geram resíduos, mas apenas o ser humano gera rejeito. E é exatamente ele o principal problema do planeta.

Quanto maior o poder aquisitivo, mais resíduo e mais rejeito é produzido. Estima-se que em 2019 produzimos 379,2 quilos de resíduo por habitante. Muito, não é mesmo?

Tendemos a achar que destinar o lixo a um sistema de coleta pública acaba o problema e a nossa responsabilidade também. Na verdade, não. Se não houver um sistema de segregação e tratamento desses resíduos e rejeitos o problema será camuflado e, de alguma forma, a natureza retornará.

De uma coisa precisamos estar cientes, Sustentabilidade não tem a ver com o planeta, mas com as pessoas, com a civilização. Ao longo de milhares de anos a natureza sempre se recompôs, quando não houve intervenção humana. A prova disso foi o período da Pandemia em que deixamos de jogar tanto CO2 na natureza, devido ao nosso recolhimento. Reduzimos o consumo e o ambiente respondeu. Muitos parques voltaram a florir, a poluição reduziu as nascentes dos rios puderam se recompor.

Precisamos sair do modelo de produção linear, em que a natureza é utilizada como fonte de recursos e se torna receptora dos resíduos, para trabalharmos no modelo circular, em que os resíduos são reciclados, reaproveitados ou seu consumo repensado. Neste modelo poderemos integrar o ambiental, o social, o econômico e o empresarial.

Refita: a terra sobrevive sem nós, mas nós não sobrevivemos sem ela. Somos também responsáveis, como cidadãos.