Peguei os empréstimos para salvar meu negócio na pandemia, e agora? Como pagá-los?

Eu já perdi a conta de quantas amigas e amigos empreendedores me disseram que foram obrigados a tomar um empréstimo durante a pandemia do novo coronavírus, para simplesmente salvar o seu negócio. Muita gente se viu obrigada a pedir dinheiro para não fechar as portas da empresa.


Este é um assunto recorrente no mundo do empreendedorismo, independente da pandemia, porque as vezes é mesmo necessário tomar um financiamento, seja para salvar a empresa ou mesmo para investir em seu crescimento.


Quais os tipos de empréstimo o mercado oferece?

Antes de responder a pergunta deste artigo, deixa eu apontar os principais tipos de empréstimo que o mercado oferece. Isso é bem importante, porque vai definir como a dívida será saldada. São os seguintes:


Cheque especial – o seu banco está pronto para lhe conceder um empréstimo, mas atenção: o Brasil é um dos campeões mundiais dos juros altos desta modalidade de financiamento.


Empréstimo pessoal – bem mais barato que o cheque especial, mas é feito em seu nome e, comumente, os valores concedidos não são altos.


Capital de giro – um bom relacionamento com o seu banco pode garantir taxas menores.


Cartão BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social) – há restrições para a compra de determinados bens e não é tão fácil consegui-lo.


Microcrédito – voltado para o microempreendedor. O banco fiscalizará se o dinheiro será mesmo utilizado para a atividade empreendedora.


Agiota – fuja dele, como o vampiro da cruz.



Como pegar um empréstimo?

Antes de buscar por um empréstimo, é preciso projetar a capacidade de pagamento da dívida, saber exatamente de quanto precisa e também, o verdadeiro custo do empréstimo, ou seja, o seu custo efetivo total (CET ).


Mas nem sempre o empreendedor faz isso. As vezes precisa de dinheiro com urgência, daí sai para a rua para resolver a situação de forma imediata, sem critério algum, sem analisar os pormenores. Certamente vai pagar mais por isso.


Quando a gente precisa de um financiamento, é absolutamente relevante se planejar. Para tudo é preciso se planejar, para pegar dinheiro, também.


Pesquise, veja quanto tempo você precisa para saldar seu compromisso sem se desorganizar e, principalmente, que você possa honrá-lo. Essa é a forma correta de pegar um empréstimo.



Mas como pagá-lo?

Bem, nosso tema não é como pegar um empréstimo, mas como pagá-lo, certo? O empréstimo já foi feito, é hora de saldar a dívida. Existem duas iniciativas que você precisa tomar já, neste instante, mesmo que esteja no meio do período de pagamento: identificar as causas do problema, fazer um diagnóstico para evitar a recorrência. Uma empresa não se endivida do dia para a noite!


Vai aqui a primeira dica – apertar o cinto. Sim, é preciso cortar gastos onde for possível, avaliando todos os custos do seu negócio, mas com cuidado necessário para não baixar a qualidade dos produtos ou serviços.


A segunda dica – muito importante – procurar seus credores e agir com transparência para renegociar suas dívidas com melhores condições – a renegociação é uma saída necessária. Ambos tem interesse em resolver.


A terceira dica – portabilidade – se você possui empréstimos com taxas de juros mais altas, a portabilidade do crédito é uma solução. Isso mesmo! Hoje o mercado oferece inúmeros fintechs que emprestam dinheiro a juros menores, pois suas operações são mais enxutas, e penso que são menos gananciosas que os bancos.



Pedir empréstimo faz parte do empreendedorismo

Quero fechar esta nossa conversa pontuando que tomar um empréstimo faz parte do empreendedorismo.


O recurso bem aplicado em capital de giro, por exemplo, permite que uma empresa bem planejada ganhe escala.


Lembra do planejamento? Pois então: se você precisou tomar um financiamento às pressas e nem pesquisou o mercado, faça-o agora. Certamente encontrará condições melhores e, assim, pagará menos.

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