Humanizando a tecnologia
Há alguns anos falava-se que os robôs substituiriam os homens e que dominariam as profissões. E a cada dia estamos caminhando para isso.
Mas, com tantos avanços tecnológicos incorporados ao nosso cotidiano e tantos outros a surgir, tem-se percebido um pequeno, mas importante, movimento de desmistificação do protagonismo da máquina em relação ao protagonismo do homem.
Uma louvável adoção de modelos de gestões humanizadas vem tornando a convivência do homem com a máquina cada vez mais flexível, dando destaque à relação entre os seres humanos. Afinal, é o homem que move a máquina e não o contrário, pelo menos por enquanto.
A Transformação Digital tão imposta, se mostra indispensável na implementação de soluções que tornam as empresas mais ágeis e produtivas. No entanto, a contribuição humana é também indispensável para o bom funcionamento dos processos internos de um empreendimento, seja ele qual for.
Enganam-se os profissionais que acham que a evolução do mundo depende estritamente da evolução tecnológica. As pessoas também estão sujeitas a inovações e evolução no comportamento, na mentalidade e no meio em vivem. E são essas evoluções que promovem mudanças de atitudes e reforçam a tese de que o humano ainda é superior.
Muitas empresas de tecnologia têm-se dado conta de que precisam cada vez mais de profissionais com competências comportamentais que facilitem o relacionamento interno, sem gerar conflitos desnecessários, mesmo trabalhando sob pressão. Em resumo, profissionais com enfoques éticos e críticos diferentes daqueles que oferecem perfis eminentemente técnicos.
E nessa busca do perfil ideal para convivência com a máquina a formação filosófica tem se destacado como função complementar para os profissionais de engenharia, matemática ou computação. Movimento bem curioso, não é mesmo?
Mas por que a filosofia é importante para a tecnologia? Porque ela fornece conhecimentos sobre teoria do conhecimento, lógica, argumentação, bem como a capacidade de enfrentar problemas complexos.
A filosofia gera uma sensibilidade ética especial, muito necessária neste mundo tão invasivo pelas redes sociais. Ela acaba sendo um catalisador da reflexão sobre as consequências que sofremos sobre o uso intensivo da tecnologia.
É importante lembrar que o homem ainda é o centro de tudo. E não adianta querer uma empresa Inteligente ou uma Cidade Inteligente e conectada se não houver pessoas pensando no bem social e com espírito crítico para discernir o bem do mal.
Essa reflexão foi muito bem abordada pela filósofa, professora e líder de times de Tecnologia da Informação de grandes multinacionais, Anna Flavia Ribeiro, em uma de suas palestras ministrada ao Sebrae e que eu tive o prazer de assistir.
Pode parecer uma desconstrução de conceitos sobre a importância da tecnologia em nossas vidas, mas faz muito sentido.
Reflita: a evolução não é só tecnológica é humana também. E esta última é a mais importante.
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