ESG – o caminho para um futuro sustentável

Mãos segurando letras ESG em ambiente verde representando sustentabilidade e governança.

Hoje resolvi trazer um pouco da agenda ESG – sigla traduzida para Ambiental, Social e Governança, e o que está acontecendo com este movimento no mundo e no Brasil.

Em alguns momentos cheguei a achar que as ações do ESG haviam desacelerado, mas estava enganada. Nos últimos anos, o conceito ganhou destaque nas discussões corporativas e financeiras ao redor do mundo. E mais do que uma tendência, ESG representa uma nova forma de pensar os negócios, colocando a sustentabilidade no centro das estratégias empresariais.

No entanto, à medida que o conceito se tornou mais difundido, surgiram críticas e questionamentos sobre sua eficácia e continuidade. Afinal, o ESG vai acabar? Ou estamos apenas testemunhando uma evolução desse conceito?

Em escala global, grandes empresas, investidores e governos têm adotado o ESG como critério essencial para medir risco e valor a longo prazo. Grandes fundos de investimentos passaram a exigir práticas sustentáveis das empresas em que investem. Entretanto outras tantas empresas, especialmente as de menor porte, passaram a ver essa agenda como um movimento não muito positivo, pois as exigências do ESG poderiam aumentar custos operacionais e burocráticos, impactando na rentabilidade dos negócios.

Nos Estados Unidos, por exemplo, algumas gestões estaduais retiraram investimentos de fundos ESG, alegando que esses critérios não deveriam interferir nas decisões econômicas. Alguns grupos mais conservadores chegaram alegar que o ESG se tornou mais um modismo corporativo, com empresas adotando práticas superficiais sem um impacto real – um fenômeno conhecido como greenwashing, ou seja, práticas empresariais em que são promovidos produtos ou serviços como sendo ambientalmente responsáveis, sem que isso corresponda à realidade.

Na Europa, legislações como a Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa (CSRD) obrigam companhias a divulgarem indicadores ESG de forma padronizada.

Assim como nos Estados Unidos e países da Europa, outros governos pelo mundo estão adotando ou se adequando às exigências da agenda ESG. Além disso, a COP 30 (próxima de se realizar em Belém) e os fóruns do G20 têm pressionado por metas mais ambiciosas de neutralidade de carbono e responsabilidade social corporativa, reforçando a importância do ESG como ferramenta de transição para uma economia verde e inclusiva.

No Brasil, a agenda vem ganhando relevância, não só nas grandes empresas, mas nas médias e pequenas. O setor agroindustrial, energético e financeiro tem se destacado com boas práticas ambientais e sociais. A B3, bolsa de valores brasileira, possui índices como o ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial) e o IGCT (Índice de Governança Corporativa Trade), que avaliam o desempenho ESG das companhias.

Mesmo com grandes avanços, o Brasil enfrenta desafios ao cumprir a agenda ESG, especialmente nos aspectos sociais e do Clima. Veja alguns deles:

  • Desmatamento na Amazônia: O uso predatório dos recursos naturais prejudica a imagem ambiental do Brasil no exterior.
  • Desigualdade social: Pobreza extrema, racismo estrutural e falta de acesso à educação de qualidade são barreiras significativas no pilar social.
  • Corrupção: Baixa transparência e fraca governança corporativa ainda afetam a confiança nos negócios.

Mesmo com esses entraves, muitas empresas brasileiras têm adotado relatórios de sustentabilidade alinhados aos padrões internacionais (como GRI e SASB) e buscado certificações como o Selo B e ISO 14001.

E o que prevê o futuro do ESG?

– Materialidade da agenda: O ESG está se concentrando em aspectos que realmente impactam nos resultados financeiros e operacionais das empresas;

– Maior integração com a tecnologia:  A utilização da IA e outras ferramentas digitais ajudará a monitorar e garantir autenticidade das iniciativas EGG nos diversos ambientes;

– Pressão da sociedade: Consumidores e investidores estão cada vez mais exigentes, pressionando empresas por maior responsabilidade e propósito. Empresas que não se adaptarem correm o risco de perder valor de mercado, reputação e competitividade. Como vemos, o ESG está se transformando. Não é apenas uma obrigação ou estratégia de marketing verde é uma forma de garantir a perenidade dos negócios, promover justiça social e preservar o planeta. Tanto no mundo quanto no Brasil, essa agenda representa um passo fundamental para o desenvolvimento sustentável.

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