Conhecimento bom é “conhecimento pertinente”

Você está o tempo todo com a sensação de que não tem conhecimentos suficientes para gerir o seu negócio? Sofre com a sua falta de capacidade de encontrar soluções mais efetivas? Isso fez você decidir que, de uma vez por todas, vai investir em sua formação empreendedora?

Meus parabéns! Você está no caminho certo! O preparo para a sua atuação como empreendedora é uma atitude muito assertiva, e evidencia a sua busca por um caminho de melhorias contínuas e desenvolvimento. Estar capacitada é fundamental para que você possa produzir decisões e escolhas, cada vez mais acertadas.

Queremos encorajá-la a isso, por termos certeza de que quanto mais conhecimento você tiver, maior será o seu “patrimônio intelectual” e a sua capacidade de produzir novas significados, conexões e respostas às demandas do seu negócio, e mercado de atuação.

Mas, precisamos chamar atenção para o fato de que, o seu investimento na obtenção de novos conhecimentos precisa de um direcionamento capaz de transformá-los em aplicáveis e efetivos.

Sim, todo conhecimento é válido, e capaz de acrescentar algo! Porém, para a sua formação empreendedora, e o melhor resultado do seu negócio, conhecimento bom é “conhecimento pertinente”.

Essa é uma expressão utilizada pelo sociólogo Edgar Morin, que se refere a necessidade de reconhecermos que o bom conhecimento não é, necessariamente, o resultante da quantidade de informações que reunimos. Pois, todo preparo demanda um pensamento de maior complexidade, e que remeta ao uso do conhecimento de forma apropriada a uma determinada finalidade, e devidamente relacionado com os aspectos gerais e locais, da realidade em que se insere.

“É necessário dizer que não é a quantidade de informações, nem a sofisticação em Matemática que podem dar sozinhas um conhecimento pertinente, mas sim a capacidade de colocar o conhecimento no contexto.”

Edgar Morin

O “conhecimento pertinente” é o resultado de uma organização das informações obtidas, a partir da compreensão e complexidade das mesmas, e do contexto em que elas serão aplicadas por você. Não se trata apenas de uma acumulação, mas de uma contextualização, desse conhecimento ao cenário, dados e informações do seu negócio e mercado de atuação.

Além da maioria de nós não ter uma formação específica para o empreendedorismo, há uma oferta infindável de novos cursos, treinamentos, workshops, que nos convidam a novas aprendizagens e nos instigam à busca de novas soluções para lacunas que percebemos na nossa gestão, ou na estruturação do negócio em si.

Ocorre que, se é verdade que quanto mais você se capacita melhor a sua tomada de decisão, também é verdade que, a aplicabilidade desses conhecimentos de forma isolada, e dissociada do seu contexto, pode não só gerar incongruências na sua atuação, como criar uma ilusão reducionista de um uso de aplicação generalista; e que, muitas vezes, não produz efetividade para o sua necessidade individual.

Como empreendedora, para que os dados e informações possam fazer sentido para a gestão do seu negócio, é preciso ter a compreensão da sua realidade Conhecer suas fraquezas, acertos, alinhamentos, seus “capitais ativos” (desde recursos humanos até clientela) e etc… Ou seja, para novas aprendizagens, a sua lição de casa inicial ( e anterior à realização de um novo curso ou treinamento) é determinar o cenário em que você se encontra, e produzir uma diagnose ( mesmo que incipiente) das suas condições atuais.

Sua formação para o empreendedorismo precisa incluir o fato de que conhecimentos se constroem e se reconstroem a todo instante, em conexão com a história, com a cultura, com a subjetividade e experiências vividas. Sendo assim, o conhecimento se constrói por meio de uma rede de significados, na qual temos responsabilidade, e na qual nossas realidades e vivências serão determinantes para escolhas diretivas.

Esse alerta é para estarmos atentas à necessidade de se desenvolver a capacidade de colocar o conhecimento no seu devido contexto. Pois, por muitas vezes, o fato de compartimentarmos saberes, sem nos preocuparmos em articulá-los, está nos tornando inaptas para uma contextualização e integração dos conhecimentos.

É fundamental desenvolvermos a capacidade de fazer uma gestão do conhecimento, de maneira a não só adequa-ló à globalidade mercadológica, como ter a capacidade de interpretar a sua utilização para nossas empresas e mercado local.

A definição de condições de inserção de determinado conhecimento e os limites de sua validade, para a realidade do seu negócio, é o que o torna pertinente e valoroso, para a sua empresa e gestão.

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