Conflitos de gerações
Conviver com pessoas de idades diferentes sempre foi um desafio. Sejam elas de idade superior à nossa ou aquelas muito mais jovens. E quando observamos os ambientes: escolar, empresarial, religioso, social e principalmente o familiar, percebemos que os conflitos passam a ser recorrentes.
Trago aqui essa reflexão, não para discutir questões educacionais, sociais ou emocionais, porque não possuo conhecimento aprofundado sobre o tema, mas para instigar sobre o conflito de gerações que vivemos em relação às inovações e comportamentos ditos como “modernos” e atuais, neste mundo digital, em que a AI começa a dominar.
Nesta semana fui procurada por uma amiga de trabalho, que me abordou para compartilhar sobre a dificuldade que estava passando, com sua equipe de trabalho. Ela, com 55, assumiu uma equipe de jovens entre 20 a 34 anos de idade e, ainda, com a missão de realizar entregas importantes para os clientes que atende.
No início o relacionamento pareceu fácil e as coisas fluíam bem, até que as gerações Y e Z “tomaram pé” da situação e começaram a acelerar o processo e tomarem decisões por conta própria. Ela ficou assustada e resolveu promover uma reunião de avaliação e reorientação dos trabalhos.
Nesse momento, a situação saiu do controle e ela se viu ouvindo um feedback do colega da equipe, dizendo que o mesmo possuía mais experiência que ela e, que realizaria o trabalho da forma que ela estava solicitando, só pra mostrar que ela estava errada. A amiga percebeu ali que o membro da sua equipe não estava preocupado com os prejuízos que poderia causar ao cliente ou à empresa.
Passaram por momentos tensos de discussão até que ela retomou o controle da reunião e resolveu “determinar” o que deveria ser feito, focando nos valores da empresa e nas demandas dos clientes. Esse conflito acabou resultando numa certa decepção da colega em relação à sua equipe e da equipe em relação a ela.
O relato me fez refletir o quanto é importante ficarmos atentas às características das gerações atuais e o que as motiva. Claro que nessa situação pode ter havido desrespeito ou descumprimento das regras da empresa, mas conhecer sobre o que move as pessoas é muito importante, em todos os ambientes que convivemos.
É importante para um baby boomer, nascido na década de 60, conhecer como se comportam as gerações subsequentes à sua, sejam elas X, Y e, especialmente, a Z. Isso quer dizer que se deve sucumbir aos valores das novas gerações? Claro que não, mas quando você conhece as características das demais gerações fica mais fácil estabelecer uma relação de convivência mais saudável.
Hoje o mercado de trabalho é bem representado por pessoas das décadas de 60 a 90 e que, por consequências naturais, possuem formas diferentes de encarar e conduzir as coisas.
Um baby boomer pode ter dificuldades de se relacionar com a tecnologia, mas certamente é mais disciplinado e fiel aos valores da empresa, que os da geração X, Y e Z.
Por sua vez, os da geração Y e Z (anos 90 a 00) são mais ágeis e se relacionam muito bem com as diversas tecnologias. Em contrapartida, são mais indisciplinados, questionadores e pouco fiéis às empresas.
O certo é que cada geração possui a sua particularidade e o desafio está em saber integrar e conviver com elas. Esse desafio é, ainda, intensificado pela ansiedade que as gerações mais recentes possuem em obter resultados imediatos.
Sobre minha amiga, a sugestão foi que ela buscasse informações sobre as características de cada geração e pedisse o mesmo à sua equipe. Uma nova reunião de restabelecimento da relação também me pareceu bastante salutar.
Se a sugestão foi a melhor? Não sei. Mas foi o que me veio à mente após ouvi-la.
Se tiverem outras sugestões comentem aqui.
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