Como será o consumidor do futuro?

Há alguns anos quando falávamos de futuro a nossa mente projetava 5, 10 ou até mais anos à frente. Hoje, com as transformações acontecendo em ritmo extremamente acelerado, pensar em futuro pode significar pensar no dia ou na hora seguinte.
De certa forma, esse pensamento não está errada, pois, conceitualmente, o futuro é tudo aquilo que está por vir; o póstero; o porvir; e, obviamente, o que vai acontecer. Sendo assim, é aquilo que acontecerá daqui a alguns minutos (ou segundos).
Essa visão célere de futuro está cada vez arraigada em nossas mentes e, especialmente, nas mentes das Gerações Millenial e Z. A cultura do viver o presente e esperar pouco do futuro, como forma de escapar ou esquecer situações de estresse vividas no passado recente está transformando a forma de consumo atual.
Até pouco tempo a cultura do mimo era utilizada para entregar prazeres simples, que proporcionassem alegria e bem-estar. O termo “me mimei” era visto e ouvido em todas as redes e plataformas sociais. Mas o que se percebe é que esse “modismo” está perdendo forças. A crise econômica mundial tem estimulado os consumidores a analisarem suas compras antes de serem concretizadas. As compras impulsivas e os mimos, estimulados pela mídia, estão sendo substituídos por perguntas como: Tenho necessidade disso? Posso deixar pra depois? Vou usar quando?
Essas mudanças, sejam por motivos de crise econômica, conflitos geopolíticos, declínio ou envelhecimento da população em vários países, mudanças climáticas e forte interferência da tecnologia, neste caso da IA, moldarão cada vez mais a forma de se adquirir um bem ou serviço daqui pra frente.
Os relatórios das empresas de consultoria global Bain & Company e WGSN apontam para características de consumo cada vez mais moldadas na busca por experiências, na influência das forças globais e comportamento do consumidor, na sustentabilidade do planeta e na participação intensa da Inteligência Artificial, influenciando as decisões de compras.
As publicações técnicas e as mídias sociais mostram o quanto a IA tem influenciado no comportamento do consumidor. Chatbots, assistentes virtuais, recomendações personalizadas a partir da análise do perfil de consumo dos clientes estão se tornando mais comuns, com o passar dos anos. Essas tecnologias otimizam a experiência do consumidor, desde a pesquisa de produtos até o suporte pós-venda.
Segundo os estudos citados acima, as tendências para os próximos 3 anos incluem:
– Economia da experiência: consumidores priorizando momentos memoráveis em vez de apenas bens materiais. Isso inclui eventos, viagens, atividades de lazer e experiências gastronômicas imersivas. Restaurantes, por exemplo, estão investindo em ambientes e menus que proporcionem experiências sensoriais únicas.
– Personalização: os produtos e serviços personalizados estão sendo cada vez mais procurados por consumidores que desejam que as marcas os vejam como únicos. A personalização pode se manifestar em produtos customizados, recomendações sob medida e interações mais próximas.
– Saúde e bem-estar: a busca por qualidade de vida e equilíbrio mental está impulsionando o consumo de produtos e serviços relacionados à saúde e ao autocuidado.
– Consumo consciente: o consumidor está se tornando mais consciente no momento da compra. Isso tem o tem levado a escolhas mais ponderadas e responsáveis. Perguntas como: “necessito desse produto agora?” estão cada vez mais presentes. Esse comportamento tem contribuído para o crescimento de novos negócios como, compra e venda de produtos usados, o recommerce.
Outras tendências de consumo estão se moldando, a partir das mudanças globais e da transformação digital. As empresas precisam ficar atentas a essas mudanças, para se manterem competitivas neste mercado tão volátil.
Investir em tecnologias de relacionamento e controle de processo, comprar produtos pensando no cliente (customizados), manter um ambiente comercial ou de serviços prontos para proporcionar uma experiencia de consumo agradável e estar atento à produção e consumo sustentáveis, devem estar na pauta de planejamento da sua empresa. Reforçando que essas não são despesas, são investimentos para o futuro.
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