Como saber se minha empresa dá lucro mesmo?
Uma das perguntas que eu mais recebo, por conta das minhas atividades profissionais, é justamente essa: “como saber se minha empresa dá lucro mesmo?”. E antes de respondê-la, quero lhes dizer que se trata de uma pergunta absolutamente pertinente e, mais do que isso, necessária. Na verdade, todo empreendedor deve se perguntar regularmente se sua empresa dá lucro mesmo!
Você deve estar imaginando que aqueles que me fazem essa pergunta são empreendedores que estão à beira da falência, acertei? Ou que, ao menos, navegam no vermelho há algum tempo. Sim, muitos empresários cujos negócios não vão nada bem de fato me procuram e perguntam como saber se a empresa dá lucro mesmo. Mas há, também, aqueles que operam no azul, entretanto se questionam sobre o lucro de suas empresas, qual tem sido o lucro e as perspectivas de crescimento.
Vamos falar sobre relatório DRE – Demonstração de Resultado do Exercício?
A maioria dos empresários tende a pensar que o relatório de fluxo de caixa é a única ferramenta gerencial para a tomada de decisões. Mas será que isso é verdade? Já falamos aqui, em outros conteúdos (e te convido a acessá-los), que o fluxo de caixa trata exatamente de tudo o que entra e o que sai da empresa em termos financeiros.
Mas, Vânia, então DRE não é a mesma coisa que fluxo de caixa? A resposta é NÃO!
Assim como não será o relatório de Fluxo de Caixa que vai te dizer se o teu negócio é lucrativo ou não.
O Fluxo de Caixa é construído com base nas informações realizadas, ou seja, das entradas e saídas de dinheiro que já aconteceram na empresa, sendo necessário ainda, a elaboração da Projeção de Fluxo de Caixa para o futuro, com estimativas de entradas e saídas de dinheiro que afetarão o caixa da empresa.
E a DRE – Demonstração de Resultado do Exercício?
A DRE permite um acompanhamento periódico do retrato financeiro da empresa, ou seja, de vendas recebidas ou não. De despesas pagas ou não! Ou seja, ali estão contas a pagar no futuro, e a receber também. Ela sim, vai te mostrar se sua empresa é lucrativa.
Percebeu a diferença?
Imagine que sua empresa venda sapatos, um mais lindo que o outro (todas nós, mulheres, amamos sapatos, né?). Quando você vende um par de sapatos, digamos que por R$ 160,00, vai lançar no seu fluxo de caixa a entrada desse valor total, que pode ter sido vendido à vista ou a prazo. Mas não é esse o valor que vai ficar, certo? Temos que subtrair a taxa do cartão de crédito, caso o cliente tenha feito a compra dessa forma, os valores para pagamento dos impostos sob a nota fiscal e, ainda, os gastos para adquirir aquele produto. Vamos pensar sobre essa conta?
Agora, vamos falar de custos!
Falamos de alguns custos variáveis do sapato vendido (pode ter outros, como frete, por exemplo). Se você subtrair a receita (o valor vendido) pelo custo variável, vai encontrar sua margem de contribuição, que nada mais é do que o lucro bruto.
Mas há, ainda, outros custos, como tarifas bancárias, aluguel da loja, condomínio, salário dos funcionários, conta de luz e tantos outros. Estas são as despesas fixas que existem independente da venda. Se você subtrair a margem de contribuição pelas despesas fixas, vai encontrar o lucro operacional Liquido.
Mas não para por aí. Você também tem gastos para fazer a empresa crescer, como investimentos em marketing, em computadores, treinamentos, reforma da loja, etc. O retorno destes investimentos vem a curto, médio e longo prazos.
De olho no verdadeiro lucro da sua empresa
Significa então que a DRE é melhor que o Fluxo de Caixa? NÃO! De maneira geral, podemos dizer que ambos se complementam, de modo que o gestor não pode optar apenas por utilizar um deles.
Percebe que a gestão financeira vai muito além do recurso que entra e do que sai, simplesmente? Passe a enxergá-la de uma forma mais ampla e saiba quantificar corretamente o resultado da sua empresa. Dessa forma, você saberá exatamente se está ganhando, e quanto!
Comentários