Polímata digital – você já ouviu falar desse profissional?

Em plena era da informação e da transformação digital, o conhecimento não está mais confinado a especializações únicas ou áreas isoladas. Quanto mais habilidades e conhecimentos um profissional puder desenvolver, mais competitivo ele se torna para o mercado.

E, nesse contexto, em que o diferencial é dominar diversas habilidades, surge a figura do polímata digital.

Mas o que é um Polímata Digital?

Inicialmente vamos definir o que é um Polímata. O termo remonta à Antiguidade e era usado para descrever indivíduos com vasto conhecimento em múltiplas áreas do saber. O exemplo clássico de um profissional com habilidades diversas é Leonardo da Vinci. Ele foi pintor, engenheiro, anatomista e inventor — um exemplo de polímata do Renascimento.

Já o polímata digital é a evolução desse conceito. É um profissional que domina diversas habilidades em ambientes digitais, transitando com fluidez entre áreas como tecnologia, design, marketing, ciência de dados, produção de conteúdo, empreendedorismo e outras áreas, reunindo saberes técnicos e criativos aplicáveis ao ecossistema digital.

É importe esclarecer que um polímata digital não é apenas uma pessoa generalista ou com curiosidade aguçada. Ele se caracteriza por:

• Interdisciplinaridade: combina conhecimentos de diferentes áreas para criar soluções inovadoras;
• Aprendizado autodirigido: está sempre aprendendo novas habilidades por meio de cursos online, projetos próprios, conexões ou experiências de trabalho.
• Adaptação tecnológica: domina ferramentas e plataformas digitais diversas, do código à criação de conteúdo.
• Pensamento sistêmico: enxerga o todo e compreende como as diferentes partes de um projeto, produto ou negócio digital se conectam.

Qualquer pessoa pode se tornar um polímata digital?

Sim, qualquer pessoa pode se tornar um polímata digital, desde que desenvolva um interesse genuíno por diversas áreas do conhecimento e se determine aprender continuamente. Manter-se atualizado em diversos temas, cultivar a curiosidade, criar e gerenciar projetos inovadores, desenvolver habilidades cognitivas diferenciadas, saber integrar e conectar novos conhecimentos, dominar as ferramentas digitais, dentre outras, são iniciativas que podem ser desenvolvidas por uma pessoa para se tornar um polímata digital.

Mas é importante citar que, para alguns estudiosos, um polímata já nasce com essas características e habilidades e, ao longo do tempo, vai aperfeiçoando-as, especialmente no campo digital.

Com o mercado cada vez mais buscando e valorizando profissionais criativos e versáteis, capazes de navegar por ambientes complexos e mutáveis, o campo de atuação tem-se ampliado a cada dia. Empresas inovadoras, como as startups, têm buscado talentos capazes de assumir múltiplas funções na busca de soluções de problemas ou na criação de novos produtos.

Como podemos constatar, em plena era da inteligência artificial, o diferencial humano está na capacidade criativa e na visão sistêmica na busca de soluções de problemas diversos.

O polímata digital representa uma nova forma de pensar e atuar no mundo contemporâneo, conectando conhecimentos diversos, aprendendo e inovando em múltiplos contextos. Ele amplia horizontes e integra saberes, formando uma base sólida e criativa para enfrentar os desafios do século XXI.

No Brasil existem vários grupos de polímatas com múltiplos interesses e conhecimentos, que se conectam, aprendem e produzem soluções inovadoras para diversas áreas da economia. Uma delas é a rede de formação de polímatas chamada “Polímatas” no LinkedIn, que busca conectar empreendedores e oferecer experiências de aprendizado em várias áreas.

Pare para pensar, talvez você seja um polímata e ainda não tenha despertado para esse fato.

Só para ilustrar, aqui estão algumas figuras históricas, brasileiras, que se encaixam na descrição de um polímata. É claro que existem muitas outras e, se você quiser se aprofundar mais no assunto, as redes possuem um vasto conteúdo sobre o tema:

• Joaquim Cardozo: o polímata mais citado, era engenheiro estrutural e poeta, responsável pelo projeto estrutural de Brasília, além de ter produzido uma vasta obra poética. 
• José Bonifácio: Político, cientista e escritor, figura importante na independência do Brasil. 
• Mário de Andrade: Escritor, poeta, crítico de arte, musicólogo e folclorista. 
• Darcy Ribeiro: Antropólogo, escritor e político, com contribuições em diversas áreas.