Autoconhecimento como estilo de vida

Pense em uma mulher calma, educada e alegre. Que usa roupas confortáveis, fala baixo e acorda bem cedinho para meditar e orar. Resmunga quando o marido deixa cair café na toalha, mas não coloca em jogo a sua paz, porque sabe que no dia seguinte é bem provável que isso aconteça de novo.

Uma mulher que não pega o celular ao entrar no Uber porque se permite a uma conversa corriqueira com o condutor do veículo e gosta de olhar as paisagens durante o trajeto.

Ela executa o seu trabalho liderando outras pessoas e acolhendo com respeito o que está lhe sendo dito, mesmo que não concorde com todas as ideias e opiniões que surgem.

Tem bom humor e não se aborrece se o batom borrou os seus dentes e ela passou a metade do dia falando em uma reunião com este carimbo vermelho, só percebendo a situação na hora do intervalo, quando vai ao banheiro. Neste momento esta mulher ri dela mesmo, não se importando se os outros riram em momentos anteriores.

No almoço ela come arroz, feijão, picadinho de carne, purê de batatas e salada de alface com tomate e palmito. Liga pra casa pra saber se o filho já fez a lição e pede a sua ajudante para fazer a gentileza de descascar umas laranjas para quando ela chegar.

Esta mulher não briga quando percebe que é melhor ficar quieta, nem cala quando é necessário se posicionar. Não é boba e não vive se desperdiçando.

Sua comunicação é clara, não tem medo do futuro e não fica culpando o passado por situações difíceis da vida. Reconhece que há aprendizado em cada acontecimento e que tem recursos para lidar com eles: pode chorar, pode se sentir triste, pode errar e pode também ligar para uma amiga e tomar um vinho, ou desabafar com a família e pedir um colo. Entende que o que não deu certo agora, pode ser refeito, se valer a pena. Tudo é passageiro e ela é uma passageira da vida.

Considerando uma rotina tão conhecida, esta mulher poderia ser eu ou você. O que difere entre nós é o comportamento. Ela usa a habilidade do autoconhecimento como estilo de vida.

Convido-te a fazer um exercício poderoso, atravessando o texto: releia cada pedacinho se encaixando em cada situação: Como são as roupas que você usa? Acorda cedo ou tarde? Fala alto ou baixo? Como são suas viagens de Uber? Como se sentiria se desse uma reunião com dentes borrados de batom…

Esta mulher não é uma ficção. Ela é um destino construído por alguém que cansou de sofrer.

Novos jeitos estão em nós, disponíveis a serem redesenhados sempre.

Beijo beijo

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