Você tem emprego, trabalho ou carreira?
Hoje quero conversar com você sobre o ciclo da vida profissional, porque dentro dele está impresso o teu propósito de vida.
Ter emprego significa prestar um serviço e ganhar renda para pagar conta. É o movimento comum no começo da vida profissional. A logística da palavra é: um jeito de conseguir dinheiro e pronto.
A origem da palavra trabalho está no latim, “tripalium” e quer dizer “instrumento de tortura”. Talvez aí esteja a associação do trabalho que gera cansaço e é um fardo. As pessoas muitas vezes se lamentam de trabalhar: “Ai, tenho que ir trabalhar”. “Acordo e já vou pra luta”. “Não aguento mais este trabalho!” Quem trabalha geralmente tem dor e cansaço.
Carreira é quando você coloca o seu talento em prática, dando significados ao trabalho que você executa. É o seu trajeto na vida. Para ter carreira tem que ter uma causa, um propósito. Você quer fazer a diferença, através do seu ofício.
Os três elementos que distinguem carreira de trabalho são:
– O nível de significados e paixão que há naquilo que você está realizando. Se você se compromete com o que faz, tem clareza do que quer e entrega a mais.
– O pensamento a longo prazo, com os olhos focados em oportunidades e não em tarefas.
-A remuneração como consequência da energia que você coloca mundo, através do que você faz.
Emprego e trabalho são temporários ou enfadonhos. Carreira é para sempre. É percurso, é rota.
Carreira também é se autoconhecer, entender a si mesmo, se gostar, sentir-se merecedora do papel que escolheu para desempenhar, oferecendo soluções para os outros e para você mesma, numa troca contínua de fluxo produtivo.
É muito importante aprender sobre as terminologias e seus significados, porque muitas vezes você não foi orientada ou nunca parou para refletir sobre estes conceitos tão presentes na sua vida. O conhecimento te leva a analisar seu comportamento em relação às suas escolhas profissionais e às certezas que, às vezes, encobrem o que você desempenha.
Eu, por exemplo, recebi do meu pai, aos seis anos de idade, um livro chamado “A galinha ruiva”. Uma fábula sobre o trabalho, onde a moral ensinava: “quem não trabalha não come.” Como amava aquele livro! Lia e relia suas páginas, elegendo-o como o meu preferido.
Guardando a ludicidade da criança que cresceu, carreguei como fardo, durante anos a ideia de que “trabalhava para comer”, para pagar as contas e ficar aliviada por isso. Uma crença atroz. Precisei de muitos anos para entender e ressignificar essa ideia.
E você, vive para trabalhar ou trabalha para viver? Vou adorar saber o que você pensa.
Beijo beijo
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