Viva São João, viva o milho verde!

As festas juninas formam uma das tradições mais ricas, seculares e alegres de nosso país. No Brasil, país de extrema diversidade, ecoa a grandeza cultural e características únicas de vários grupos sociais.

A Cultura, assim como educação, é um instrumento de formação do cidadão. Os conhecimentos tradicionais, os sotaques, as comidas, as artes, as vestimentas, dentre outras características, formam a identidade de uma localidade e a ela merece a propriedade.

Desse modo, não podemos confundir apropriação cultural e apreciação cultural. A primeira, é normalmente predatória e adota elementos de uma cultura diferente, se apropriando deles e lhes oferecendo um novo significado. Enquanto a segunda, é uma proteção positiva sobre as características de determinado grupo.

Na atualidade, com a velocidade das informações, se torna cada vez mais comum apropriação cultural no mundo da moda, por exemplo.

E embalados pelo período junino, vale lembrar que em 2019, uma famosa grife italiana apresentou para o mercado uma coleção de sandálias cuja semelhança aos calçados vendidos nas feiras nordestinas beira uma “réplica”. Depois de uma grande repercussão negativa, tal marca estrangeira se apressou em apagar o post que fazia referência ao produto nas suas redes sociais, todavia sem fazer qualquer comentário sobre o caso.

Há uma linha tênue entre o plágio, a cópia, a reprodução e a inspiração. O bom senso e a idoneidade para com os verdadeiros donos da cultura admirada que será reproduzida são elementos que constroem o respeito que a comunidade detentora deve ter, afastando assim o propósito apenas mercantilista na relação.

A visibilidade da diversidade cultural é uma forma de autorreconhecimento dos indivíduos. Por isso, podemos sim celebrar as festas populares, a músicas regionalizadas, as vestimentas típicas, bem como criar roupas inspiradas em grupos específicos, desde que não se desvirtue o seu conceito.

Por fim, vale a pena ratificar que o respeito às origens é o grande fator que deve ser considerado ao se utilizar de algum elemento que pertença uma cultura que não seja a sua, pois, fazer diferente, é como pular uma fogueira e correr o risco de se queimar…

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