Vida profissional depois dos 50+

Cada vez mais encontramos nos processos seletivos, profissionais acima dos 50 anos. Alguns por necessidade, pois precisam sustentar família e outros por vontade de se manterem ativos, mesmo que não precisem financeiramente. Mas, infelizmente ainda há muito preconceito em contratá-los.

Esses profissionais tornaram-se com o passar dos anos muito mais resilientes, conhecem os melhores caminhos para enfrentar crises e trazem equilíbrio e serenidade às equipes. E deixá-los de fora do mercado de trabalho vai além de afetar suas carreiras, afeta também a economia.

Uma pesquisa feita pela Maturi, empresa de recolocação de profissionais maduros, com mais de 1.500 profissionais acima de 50 anos, descobriu que mais da metade foram demitidos durante a pandemia o que mostra o aumento do preconceito no último ano. Esse aumento deve-se muito ao fato de as pessoas mais velhas serem mais suscetíveis ao coronavírus.

Infelizmente esse preconceito contra as pessoas acima dos 50 é real e aberto na sociedade, recentemente um escritório da XP (autônomo) publicou uma foto da equipe no escritório, onde a equipe era formada totalmente por jovens homens brancos, e foram severamente criticados por isso, pois não havia mulheres e negros, mas não foi visto nenhum problema na maioria ser jovem.

Esse tipo de exclusão fazia sentido no século passado, hoje não mais, pois o avanço da tecnologia e pesquisas na medicina tornaram a população mais longeva, deixando os mais velhos mais “jovens”. Em 1940, uma pessoa com 50 anos viveria no máximo mais 19 anos em média. Atualmente essa pessoa tem mais 30 anos em média pela frente, com boa forma física e intelectual. Condição perfeita para se manter uma carreira profissional com qualidade.

Infelizmente o número de desempregados de profissionais mais velhos some nas estatísticas do IBGE, pois depois de receberem tantos nãos, desistem de procurar uma vaga e ficam na tal “fora da força de trabalho”. Agora, vamos aos benefícios de contratar essa mão de obra.

Primeiro, a previdência esticou a aposentadoria pública de mulheres para 62 anos e dos homens para 65 anos. Então precisam se manter no mercado de trabalho ou vão acabar queimando muito antes sua reserva financeira feita para quando realmente atingirem a velhice. Isso impacta em menos dinheiro circulando no mercado. E em segundo, assim como em muitos países da Europa, em breve não teremos tantos jovens para assumir todas as tarefas antes exercidas pelos “velhos”.

O bom é que o mundo está sempre em evolução, então hoje já nos deparamos com muitas iniciativas de inclusão dos 50+. E não pense que os 50+ só retornam para o mercado de trabalho como funcionários ou “estagiário” como mostra o cinema. Veja esse quadro abaixo:

No quadro acima vimos como precisamos desconstruir a imagem de que só a geração y ou millenials são capazes de começar uma startup de sucesso.

Você empreendedora, empresária sabe o que pode fazer para participar deste movimento de inclusão dos 50+? Afinal, lembre-se se você ainda não é 50+, em algum momento vai ser.

Avalie qual a política que você adota no seu negócio na hora de recrutar um profissional no quesito idade, afinal tenho certeza de que você sempre coloca que deseja com experiencia. Então pare e pense o que é experiencia para você, pois saber executar uma determinada tarefa pode ser ensinado, mas como se comportar e se sair em situações difíceis precisa de muita vivência, e será que um profissional de 20-30 anos tem a experiência que o seu negócio precisa?

Não tenha medo de contratar os 50+, prepare-se, promova uma cultura de respeito aos mais experientes na sua empresa, promova treinamentos para atualizá-los sobre novas tecnologias e estratégias, realize ações em que os mais jovens convivam e dividam atividades com os mais velhos isso dará segurança e confiança para todos. Não esqueça, profissionalismo não tem gênero, raça e nem idade, tem comprometimento e disciplina.

Excelente semana!

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