Tempo de Esperançar

Eu li um pequeno texto que me instigou a escrever essa mensagem. O texto continha a seguinte afirmação: “… Porque eu não espero nada de ninguém. As expectativas fazem sempre mal…”

A partir disso, é que faço a minha reflexão: acredito que o problema
não esteja na expectativa, e sim na utilização dela a partir do outro. Sim, você não precisa esperar por nada do outro. Mas, lembre-se: somos seres sociais; agregadores por natureza (cientificamente falando). Nosso significado, como seres humanos e valorosos, acontece com o outro.

Desconhecer o fato de que podemos ter plenitude, mas não conseguimos ser suficientes em tudo, é nos roubar a possibilidade de sermos melhores e mais humanos. É nos centrarmos numa perspectiva de muita individualização, e pouca conexão!

Nós não somos suficientes! Isso é fato! E vivemos em dependência de muitos e de muita coisa. Sabendo disso, precisamos de um olhar mais inclusivo, mais compassivo!

Isso significa entender que, por muitas vezes, será o outro quem irá enxergar do lado de fora e nos ajudar a ter novas perspectivas. Será ele que, ao ver a nossa dor, não a viverá por nós, mas passará por ela conosco. Será o outro quem nos ajudará a compreender que compaixão não se trata de uma relação entre aquele que cura e aquele que é ferido. Mas uma relação entre iguais, que estão vivendo uma trajetória de consciência, e reconhecendo que esse caminho precisa ser de uma humanidade compartilhada.

Refletindo, cheguei à conclusão que sempre teremos expectativas sobre aquilo que plantamos, semeamos, e aguardamos a colheita. Isso significa termos esperança e confiança.

Como diria o mestre Paulo Freire:

“… É preciso ter esperança, mas ter esperança do verbo esperançar; porque tem gente que tem esperança do verbo esperar. E esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, esperançar é não desistir! Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro modo…”.

No momento em que estamos sendo desafiados pelo medo, dúvida e incertezas, que possamos Esperançar! Transformar o que temos, para fazer surgir o que queremos!

É momento de conexão, ao invés do distanciamento e do fechamento em si mesma. Tempo da coragem, mesmo que isso seja doloroso. Como afirma Brené Brown, “o vínculo não existe sem o ato de dar e receber. Precisamos dar e precisamos precisar. “

Artigos relacionados

Comentários