Ser formadora de opinião é diferente de ser “influencer”

Não sei se ocorre somente comigo, ou se você também já percebeu, mas neste mundo misturado de redes sociais, onde temos acesso a conteúdos dos mais variados assuntos, a identificação de ideias e oportunidades de negócios é sem dúvida, mais evidente, mais fácil do que no passado.

O que acontece é que muitas pessoas acessam determinado conteúdo (e quando digo conteúdo, não necessariamente me refiro a um artigo ou reportagem, pode ser apenas um simples post com uma frase), e somente com essa informação, tomam uma decisão de empreender naquela atividade, acreditando que vão mudar de vida.

E de fato estão certas, vão mudar sim de vida. Só não sabemos em qual sentido: se para melhor ou para pior. Então volto aqui hoje para escrever o óbvio:

Empreender não tem glamour!

É preciso enxergar o empreendedorismo com todos os seus pontos positivos e negativos, não caia na ilusão de que perfil bonito em rede social significa sucesso. Se você não tiver o mínimo de preparo no que irá se propor a fazer, vai amargar um bocado de dias com o peso das ações que podem te levar a prejuízos, rompimento de relacionamentos, tristeza e uma série de outras consequências.

E não tem essa de que uma atividade é mais “fácil” que outra! Outro mito que precisamos desfazer, urgente! Todas as áreas têm seus desafios.

Um exemplo atual: não é porque você é uma mulher formadora de opinião, que vai ser uma excelente influencer. Pode até ser, mas não depende somente disso.

Uma influencer trabalha com isso, precisa se desdobrar, encontrar oportunidades de divulgar os produtos ou serviços dos seus clientes, nos mais variados contextos do dia a dia. E isso inclui criatividade, versatilidade, estudo, persistência e métrica, para avaliar os resultados.

Estava ouvindo o relato de uma amiga esses dias, que, mesmo trabalhando em outra área e tendo ótima visibilidade com isso, decidiu fazer uma parceria com uma empresária no setor de beleza, onde em pagamento pelos serviços estéticos, faria publicações sobre os serviços da clínica em suas redes sociais.

E claro, não deu certo. Aliás, deu – para minha amiga que todo mês usufruía de um dos serviços lá da clínica. Mas para a empresária não, uma vez que o retorno advindo desses posts foi aquém de suas expectativas e ela, sabiamente, decidiu encerrar a parceria.

Conclusão: as duas perderam, as duas ficaram frustradas uma com a outra. Quem está errada? Podemos pensar que nenhuma, ou, as duas. Depende do ponto de vista.

O fato de ser boa formadora de opinião, levou minha amiga pensar que poderia ser influencer. E o fato da empresária ver o engajamento dos posts da minha amiga, número de seguidores, etc, a fez pensar que seria uma boa investir nela para promover mais seu negócio.

Ou seja, disse à minha amiga que como influencer, ela era uma excelente formadora de opinião e ponto. Ela parou uns instantes para pensar e depois me agradeceu por essa clareza, pois conseguiu enxergar que cometeu um erro, ao identificar uma oportunidade em algo que na verdade se tornou uma cilada.

Agora voltemos à nossa realidade, quero te convidar para refletir nessas questões:

  • Quanto tempo você se preparou para empreender neste ramo em que escolheu?
  • Você escolheu esse ramo de negócio porque se identifica com ele, ou porque viu muita gente fazendo e achou que seria bom para você?
  • Qual seu objetivo principal neste negócio?
  • O que diferencia você dos seus concorrentes?
  • O resultado financeiro que você tem hoje, é o que você desejou?

Nada é por acaso. Não existe desvio. Para ter sorte, você precisa trabalhar muito, independente da atividade que escolheu empreender, portanto, é imprescindível ter FOCO, disciplina e muita persistência, para fazer a diferença.

Então, mulher, não se distraia, não caia em ilusões, não pense que a vida do outro é mais fácil ou mais glamorosa, não perca tempo com atalhos que são na verdade ciladas. Faça, erre, faça de novo, reflita, avalie, pondere, ajuste o que for necessário para alcançar o que almejou.

E lembre-se: estamos juntas aqui na Donadelas! Conte com esse time!

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Comentários

    1. Estamos diante de uma avalanche de “oportunidades” oferecidas pelos mais diversos canais. Se não nos centrarmos, podemos perder tempo, dinheiro e relacionamentos. Acho ótima sua colocação do mundo ser “imagem”, precisamos enxergar melhor essas imagens, o belo também nos ofusca.

  1. Que história interessante, Ely!

    Não tenho informações para fazer uma análise do caso, mas preciso destacar que o Influencer é um prestador de serviços e tem a obrigação de orientar e alertar o contratante em pelo menos 2 pontos:

    1 – o perfil de seguidores do influencer é o mesmo perfil de potencial cliente do contratante? Esse é um erro básico, mas comum.

    2 – Influencer é vitrine, e não vendedor. Ele vai divulgar, atrair a tenção para a marca, para o perfil na rede social, mas a empresa contratante tem que estar pronta: equipe treinada, facilidade em entrar em contato, rapidez nas respostas, preço adequado, oferta interessante, técnicas para converter a venda etc. São muitas variáveis.

    São diversas variáveis

    1. Essas duas pontuações que você fez são essenciais, Luciana!
      Checar o perfil de seguidores, e também não definir apenas o influencer como responsável pelos resultados.
      Minha preocupação no texto foi a de alertar para pessoas que NÃO são influenceres, mas percebem uma oportunidade de negócios nessa área. Então cabe sempre fazer a lição de casa: pesquisar, estudar, planejar e por fim empreender, se os riscos e retornos estiverem dentro das expectativas da empreendedora.