Priorizar não é abandonar: o desafio de sair do caos.

Livro aberto ao lado de uma xícara de café sobre uma manta aconchegante.

Na semana passada, falamos sobre o peso de fazer tudo sozinha e a dificuldade de compartilhar responsabilidades. Foi incrível ver como muitas de vocês se reconheceram nesse padrão, e como soltar um pouco o controle pode trazer angústia antes de trazer alívio.
Mas, depois desse primeiro passo, surge um segundo desafio: o que fazer com todo esse tempo e energia que antes estavam enterrados na sobrecarga?
Muitas mulheres me dizem que, mesmo depois de começarem a dividir tarefas, ainda se sentem exaustas. Isso porque o problema não está só na quantidade de coisas que fazem, mas na forma como lidam com o que escolhem fazer. E é exatamente sobre isso que vamos falar hoje: da mulher exausta para a mulher que prioriza.
O trabalho está acumulado? Resolve na pressa.
A casa está uma bagunça? Arruma tudo de uma vez, mesmo morta de cansaço. O filho esqueceu o material? Corre para levar na escola.
O parceiro não se organizou? Ajusta a agenda para dar um jeito.
O problema não está só na quantidade de tarefas, mas no fato de que tudo parece urgente. E quando tudo é urgente, nada realmente importa. Esse ritmo não apenas desgasta fisicamente, mas também rouba a capacidade de escolher. A mulher que vive no modo bombeira não planeja, não sonha, não descansa—ela apenas reage.


Muitas mulheres se sentem mal quando precisam dizer “não”. O medo de desagradar, a sensação de que vão falhar com alguém, o pensamento de que “é mais fácil eu mesma resolver”—tudo isso impede que consigam eleger o que realmente merece sua atenção.
Mas aqui vai uma verdade dura: se você não escolhe o que priorizar, a vida escolhe por você. E, geralmente, essa escolha vem no formato de cansaço extremo, doenças, crises de ansiedade e uma sensação constante de frustração.
Por isso, priorizar não significa abandonar responsabilidades, mas sim organizar sua energia de forma mais consciente.


EXERCÍCIO PSÍQUICO: O QUE ACONTECE QUANDO VOCÊ DIZ “NÃO”?
Para sair do modo exaustão e entrar no modo priorização, experimente esta prática:
Antes de dizer “sim” para qualquer demanda, respire fundo e pergunte a si mesma: Isso é realmente importante? Ou é apenas urgente?
Se for urgente, mas não essencial, pergunte: Isso precisa ser feito agora e por mim? Ou posso delegar?
Se for essencial, reflita: O que preciso abrir mão para dar espaço a isso sem me sobrecarregar?
Observe como você se sente ao fazer esse exercício. Se vier culpa ou desconforto, vale se perguntar: que medo existe por trás do meu “sim” automático?


Quando uma mulher aprende a dividir tarefas e a priorizar, um novo espaço se abre: o espaço para existir além da função que exerce para os outros. E aqui surge outro desafio: ocupar esse espaço. Afinal, depois de tanto tempo apenas reagindo às demandas alheias, como começar a falar o que realmente pensa e deseja?
É sobre isso que vamos conversar no próximo texto do blog Donadelas: da mulher invisível para a mulher com voz.
Enquanto isso, me conta: qual foi a última vez que você disse “não” para algo que te esgotava? Como foi essa experiência? Deixe seu comentário!

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