Para saber a resposta: vide-o-verso

Na coluna anterior, falávamos sobre o limite de exposição de outra pessoa em redes sociais. Burburinho, discordâncias e cabelos em pé com a pauta. Em atendimento, aprendemos e desvelamos nesse dueto psicoterapêutico algo mágico que compartilho aqui com você: as pessoas são indiscutivelmente mais bonitas pelo que dão, não pelo que possuem, pelo que fazem, não pelo que falam, pelo que demonstram, não pelo que exibem.

Hoje, serei breve e um tanto mais teórica, para lhe relembrar que dificilmente algo é novo, em algum lugar há/houve alguém sistematizando o cotidiano. Tudo o que o mundo nos apresenta e mesmo o que ainda não chegou até nós, segundo a filosofia, depende de cada um de nós em nossa percepção, até porque esse é o sentido da existência, o mundo como um todo é pura representação.

O que são as redes sociais, de forma bastante enxuta, além de ilusão, transitoriedade e impermanência? A psicanálise alerta a todo momento, inclusive nas ditas redes sociais, que os desejos engatilhados nunca serão satisfeitos nem realizados em sua totalidade. Portanto, cuidar da saúde mental é criar estratégias para lidar com o que faz parte da vida sem paralisar, assim como se supõe que você tenha atenção com sua saúde física, pois dedicar-se à cuidar da saúde mental requer cuidados de manutenção e acompanhamento cotidianos.

O que tudo isso tem a ver com a exposição de outros, além de si, em redes sociais? No fundo -não tão fundo- somos um grande espelho que, em ciclos infinitos, reproduz uma vontade a ser eternizada, não importa o como.

A canção diz que “Narciso acha feio o que não é espelho” e você, concorda ou discorda?

Artigos relacionados

Comentários