O que é a Economia do Cuidado e como ela afeta sua vida?

Caderno com óculos de leitura sobre uma mesa de madeira, cercado por plantas e uma vela acesa, simbolizando organização e bem-estar no contexto da economia do cuidado.

Você já parou para pensar por que tantas tarefas do dia a dia, como lembrar dos aniversários, planejar as refeições ou organizar a rotina da casa, acabam recaindo sobre você? Isso não acontece por acaso. Existe um nome para esse conjunto de responsabilidades que assumimos sem perceber: economia do cuidado. E embora muitas mulheres nunca tenham ouvido esse termo, ele explica boa parte das dinâmicas que atravessam nossas vidas.

Historicamente, o cuidado foi associado às mulheres como uma “função natural” do gênero. Desde cedo, aprendemos que é nosso papel cuidar da casa, dos filhos, dos pais idosos e até dos pequenos detalhes que mantêm a família funcionando. Essas tarefas, embora cruciais, são tratadas como obrigações invisíveis, não remuneradas e raramente valorizadas. Foi só na década de 1980 que economistas feministas começaram a usar o termo “economia do cuidado” para dar visibilidade a esse trabalho e destacar seu impacto na sociedade.

Mas o que exatamente é a economia do cuidado? Trata-se do conjunto de atividades relacionadas ao cuidado de pessoas e da manutenção da vida — tanto o trabalho pago, como o de uma babá, quanto o não remunerado, como planejar as refeições da família ou cuidar de um parente doente. O mais chocante? Pesquisas indicam que o trabalho de cuidado não pago representa cerca de 9% do PIB global. Em outras palavras, sem ele, o mundo pararia.

E por que isso importa? Porque quando as responsabilidades de cuidado são vistas como “normais” ou “naturais”, ninguém discute como elas são distribuídas. Não é à toa que tantas de nós nos sentimos sobrecarregadas. Pense em situações comuns: quem percebe que o sabão acabou e compra mais? Quem organiza o horário das crianças? Quem coordena os cuidados quando um familiar adoece? Essa “gestão invisível” consome tempo, energia e, muitas vezes, nossos sonhos pessoais.

Reconhecer a economia do cuidado é o primeiro passo para mudar isso. Quando compreendemos o valor do cuidado, podemos conversar com cônjuges, familiares e até com nossos empregadores sobre a importância de dividir responsabilidades de forma mais justa. Esse diálogo pode abrir espaço para que todas nós tenhamos mais tempo e energia para investir em nossos projetos e em nós mesmas. Entender a economia do cuidado é, acima de tudo, entender a si mesma e o lugar que ocupamos no mundo. Este é um convite para refletir: como você pode trazer mais equilíbrio para sua vida e reconhecer o valor do cuidado, começando por si mesma?

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