O perigo pode estar nas certezas

Convictas de terem encontrado o caminho do que “funciona”, empresas paralisam seus processos de ajustes e busca de melhorias, refreiam seus investimentos em inovação e apostam numa rotina de repetição.

Tornam-se desatentas à celeridade da mudança de cenários externos e descuidadas em seu monitoramento de padrões de eficiência. Perdem a habilidade de enxergar “além da sua esquina”.

São empresas onde o “estado de inércia” encontra-se justificado no resultado produzido por um único indicador chamado faturamento (por que mexer no que está dando certo?).

São negócios em que essa distorção perceptiva pode durar um longo período. E que, por muitas vezes, a gestão está convencida de que o resultado é como o placar de um jogo de futebol ou de uma partida de vôlei, onde o que interessa é o número de gols ou pontos feitos. Desatentos ao rendimento dos “jogadores de seu time”, aplicando continuadamente a mesma estratégia, e sem qualquer investimento no desenvolvimento de inovações, acabam por deixar passar um tempo suficiente para que, em nome de resultados quantitativos e isolados, as suas empresas tornem-se aprisionadas às próprias certezas.

Não estão vendo lacunas nas suas estratégias, não percebem o desgaste do seu time e, muito menos se interessam em realizar mudanças.

Mas, de repente, com o mesmo faturamento, seu cenário muda completamente! E, para tornar tudo um pouco mais complicado, seus concorrentes estão melhor preparados, e com mobilidade para se adequarem “às novas regras de campeonato”.

Se a descrição acima lhe causa espanto, saiba que ela é mais comum do que você pode imaginar. A “gaiola” em que esses negócios se aprisionam foi ambientada por um marketing de excelente visibilidade, e que a identifica como robusta, eficaz, e até mesmo pioneira.

São empresas que definiram um ponto onde queriam chegar e transformaram isso em ponto final. Tornaram-se negligentes com a própria motivação que as criou!

O mais grave é perceber que, diante do conforto de viver as suas certezas, abriram mão de um mindset de crescimento, e “desaprenderam a voar”.

E, se esse “enrijecimento” não foi capaz de levá-la a “fechar as portas”, certamente também não a capacitou a alçar voos mais altos.

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