O bom é inimigo do ótimo

Na coluna anterior, perguntava sobre a sua auto cobrança no desempenho dos papéis que exerce. Vamos pensar pela perspectiva desta máxima do senso comum – que ainda não conheci nenhuma pessoa que não a tenha falado – “o bom é inimigo do ótimo!”, e você? Uma parcela das pessoas desacreditaram que os outros entenderão como se sentem, se serão julgadas ou mesmo vistas como fracassadas.

Não consegue ficar distante do celular, manuseando a esmo e por muito tempo? A luz no fim do túnel é que aumentado o quantitativo de pesquisas sobre essa e outras perguntas, os profissionais identificam e tratam melhor se ansiedade, se procrastinação; até ambas as duas. Os atuais recursos disponíveis ajudam significativamente na sensação de melhora , seja nos sintomas, seja no manejo deles. No consultório, explico o quanto procrastinar em certa medida é um comportamento absolutamente normal, tendo em vista que prioriza atividades. Contudo, há casos que de tão corriqueiros chegam a ser prejudiciais nas atividades de vida diária. Clinicamente, alia medicamentos (se necessários) com psicoterapia e o diagnóstico é feito por profissional de saúde mental.

Para você empreendedora, o que lhe conduz no caminho da procrastinação é o mais genuíno desinteresse ou se sentir motivada na execução de uma dada tarefa. Exemplo disso é se o prazo de entrega é subjetivo ou faltam semanas. Daí, se deixa para depois, afinal há tempo! A psicanálise explicita a situação sob a seguinte perspectiva: a maior parte das atitudes e comportamentos são inconscientes e vivemos na ilusão que controlamos o que nos compete, quando a realidade dolorosa é que as pessoas que procrastinam são a soma das intenções do que se pretende concretizar e o resultado delas, desconectados entre si em tempo presente.

Mas, afinal , por qual razão tudo isso acontece? O que está no futuro implica em longo prazo. Você está no hoje e espera por resultados (ou recompensas?) agora. Perseverar traz vulnerabilidades à tona. Enquanto isso, vamos listar: acumular todas as tarefas em entrega no limite do prazo. Preocupação constante com a ausência de foco. Mas, quando você pensa bem, às vezes pode ser resolvido depois. A cama parece ter um imã. Sinais físicos de exaustão mesmo sem ter realizado o que mentalmente estava planejado. Adiamento que aumenta a “natural” demora a fazer algo.

Você que se reconheceu na listagem acima, se identifica apegada aos benefícios imediatos ou empreende em projetos que fazem você se debruçar semanas ou anos de duro esforço e determinação?

Até a próxima sexta!

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