Não quero café, quero vinho!

Esta semana fui convidada para uma reunião de networking entre empresários de vários segmentos: homens e mulheres trocando informações relevantes, na construção de bons relacionamentos e resultados de negócios.

Eu, comunicadora que sou, entrei na roda de conversas partilhando minhas ideias e querendo saber, com curiosidade, sobre as pessoas e cada um dos empreendimentos ali representados.

Em certo momento, já me sentindo acolhida e à vontade, faço um convite para o grupo de mulheres: “Estou organizando um café lá em casa para partilharmos experiências empreendedoras, batermos papo, falarmos da vida e de nós. Ficaria honrada com a presença de vocês. O que acham? ”

A surpresa foi geral, na colocação imediata de uma das empresárias: “Eu aceito, mas não quero café, quero vinho! ” Rimos, considerando muito plausível a sugestão apresentada.

Mais que uma flecha solta em palavras, havia uma retórica convidativa nesta solicitação para a troca das bebidas.

Mulheres empreendedoras estão querendo muito mais que café e conversas de negócios. Estão sentindo falta de voltar a falar e gargalhar sobre coisas que andam banidas das suas agendas, pela falta de tempo: as gafes cometidas em encontros de trabalho; as saias lindas que compraram num êxtase ao entrar no Atelier do Ronaldo Fraga; das festas em que se jogaram na pista de dança sem medo de ser feliz; dos docinhos que colocaram nas clutchs chiquérrimas ao ir embora do casamento da amiga.

Mulheres estão escolhendo encontros com vinho para se reconectarem com elas mesmas, pois sabem instintivamente, que o vinho em pequenas quantidades protege contra o envelhecimento e o endurecimento da alma, relembrando o que é bem-estar e prazer. Também preserva a memória e traz alegria.

Como estamos querendo mais alegrias! Para desentupir as veias, relembrar o humor e restaurar os dias, cometendo o excesso de ser mulher.

O vinho é o simbólico, a “terapia engarrafada” para encontros lúdicos, cheios de poder e de aprendizados. Relaxar a mente, conversar ao vivo, experimentar o chamado ócio criativo.

E quem ousa dizer que depois disso tudo a empresa não vai ficar melhor?

É, não foi uma mudança de cardápio, foram sinais de reintegração da posse feminina, através da quebra de protocolos e da voz que clama inteireza.

Quem aí também quer tomar um vinho comigo? O convite está feito.

Beijo beijo.                                                                                 

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