Moda e sustentabilidade – Um futuro consciente

Moda sustentável com etiqueta de materiais reciclados

A moda é uma forma de expressão pessoal e de estilo. Muito além da vaidade, ela contribui na construção da identidade de uma pessoa ou de uma comunidade. E, ao longo dos anos ela vem contando a história da humanidade e refletindo as características de determinadas épocas.

Desde a idade da pedra ela se tornou um aspecto cultural determinante de diferentes ordens ou classes sociais. E, devido a suas inúmeras possibilidades, a moda foi influenciando o estilo de vida e comportamento das pessoas, servindo como um canal para a criação de novos produtos, texturas, padrões e formas e se associando a descobertas científicas e evoluções tecnológica.

Mas como nem tudo é perfeição, atualmente nos deparamos com uma indústria que se posiciona como uma das mais poluidores do mundo. O seu crescimento acelerado o uso de novos materiais trouxe consigo desafios ambientais e sociais significativos.

Desde a extração de matérias-primas, desenvolvimentos de novos tecidos, tingimentos e acabamentos, a moda vem contribuindo para a degradação do meio ambiente.

Agricultura intensiva na produção de fibras, como o algodão, grande demanda de água e pesticidas, emissões de carbono, poluição das águas pluviais, uso intensivo de energia, exploração de mão de obra no processo produtivo, produção de mais de 4 milhões de toneladas de resíduos por ano e sem destinação adequada, são os exemplos de impactos mais frequentes dessa importante cadeia da economia.

Preocupados com esses dados, grupos empresariais, governos e a sociedade civil resolveram se movimentar em favor da redução desses impactos ambientais, estimulando marcas e consumidores a reavaliarem suas escolhas.

Com isso, muitas empresas têm adotado práticas ESG de forma mais conscientes utilizando materiais menos poluentes, orgânicos, recicláveis, biodegradáveis, preocupadas com condições de trabalho mais justas, praticando a inclusão e promovendo a transparência em seus processos produtivos.

Os governos têm sido mais exigentes quanto ao cumprimento da legislação ambiental, tanto na implantação de novas indústrias, quanto na cobrança do cumprimento do plano de gestão de resíduos sólidos. Fazendo a sua parte nesse processo.

A responsabilidade também recai sobre os consumidores. Buscar alternativas de compras como brechós, locações de peças, moda circular, reformas de roupas ou mesmo adquirir peças de empresas com produção sustentável são passos importantes para a redução dos impactos ambientais. Refletir também se é necessário consumir moda por tendência de estação ou por impulso pode ser uma decisão responsável.

A sustentabilidade na moda defende que ela seja mais durável e atemporal, mais ecológica, com mais utilização de tecidos orgânicos sem encorajar o consumo excessivo de roupas descartáveis.

A proposta não é reduzir a produção, mas fazer com que ela minimize os impactos ambientais, sociais e econômicos. O objetivo é diminuir o desperdício e a poluição, bem como promover práticas éticas nesse segmento. Afinal, a moda representa mais que 2% do PIB mundial e emprega mais de 58% de pessoas nos países em desenvolvimento.

Em meio a esse cenário, constatamos que a relação moda e sustentabilidade é complexa e requer tempo em seu processo de transformação, mas é cada vez mais necessária, pois o planeta pede isso.

Assim, antes de adquirir um novo produto pesquise a sua procedência, verifique a sua forma de produção, avalie se a empresa opera com práticas sustentáveis para depois decidir se é adequado ou não consumir aquele produto.

É importante destacar que nem sempre agimos dessa forma. E que também não é fácil adotarmos medidas sustentáveis, quando somos estimuladas ao consumo. Mas para a construção de uma indústria da moda mais ética e sustentável o papel das empresas e dos consumidores é primordial.

Fazendo escolhas conscientes podemos contribuir para um futuro em que a indústria não só celebre a criatividade e a identidade de uma geração, mas respeite o planeta e aqueles que nele vivem.

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