Menos trabalho ou mais realização?

Essa foi uma curiosa semana em que as pessoas que atendo trouxeram o “cansaço de estarem cansadas” no que trabalham, algumas indagando se eu, curiosa e multitarefas, já havia aderido à inteligência artificial. Para as sessões e para cá, aciono o alerta de que os maiores problemas que ouço no consultório e recebo em mensagens por conta do Blog, de quem empreende, não são os obstáculos na trajetória, mas escolhas para várias direções sem qualquer estratégia!

O ambiente tradicional de trabalho, suas dinâmicas de promoção interna e de desenvolvimento de pessoal, contribuem à minha escuta em clínica alguns pontos interessantes a serem abordados. O primeiro deles é a tão temida frustração. Ainda que tudo esteja conforme o planejado e você ame o conjunto da obra, haverá frustração, cedo ou tarde, você gerando ou dela sendo vítima. Nem todos os dias você está motivada, um telefonema é recebido como uma bomba; daí você leva para o pessoal, não é? Nem sempre é sobre você como pessoa e sim sobre a sua atitude, uma observação oportuna, que você não está conseguindo escutar. Solução aqui, além de identificar no trabalho porque o colega faz sucesso e você não, é psicoterapia, viu?

Depois de comparar a própria escalada com a de terceiros sem conseguir se perceber que mesmo nos interesses afins os caminhos são distintos, escuto também que não conseguem festejar queridas e queridos tendo sucesso no que fazem. Não falo aqui de inveja e sim de inabilidade de nomear sentimentos, no máximo de trazer uma sensação ruim, um aperto no peito, um nó na garganta por não saberem viver a própria vida sem se sentir correndo a esmo. Com o tempo, consigo abordar que não era uma disputa de quem tem mais êxito, simplesmente por serem pessoas diferentes, mesmo que buscando coisas similares. Simples e difícil de aceitar.

Você está frustrada e sem expectativas para saídas realmente executáveis, respire fundo e leia em voz alta: a única comparação possível é a de você para com você. No mundo empresarial, isso se chama foco. No mundo prático, isso se chama força. Infelizmente, a falta de autoconhecimento, na sociedade do cansaço, é um corpo cansado do excesso de positividade e cobrança que a sociedade lhe ensina a se impor.

Se imponha você: como mulher, como humana e, também, como empreendedora, como amiga, etc. A ordem dos papéis convém que você quem as defina, mas autocobrança no desempenho deles, me diga você, como tem sido?

Na esperança de que você encontre saídas executáveis, a espero na próxima sexta 🙂

Artigos relacionados

Comentários