Inteligência artificial e a sustentabilidade – essa interação pode trazer impactos para o planeta?

Mão robótica segurando uma esfera transparente com uma árvore dentro, representando a relação entre inteligência artificial e sustentabilidade.

Na semana passada o Google anunciou que vai financiar três usinas nucleares, em parceria com a empresa americana Elementl Power.

E logo vem a pergunta: por que o Google vai investir em energia nuclear?

A resposta é que, para a Inteligência Artificial produzir conteúdo e informação em tempo real, ela precisa de uma quantidade massiva de energia elétrica para alimentar seus data centers.

Os locais das futuras usinas ainda não foram divulgados, a expectativa é que cada uma delas produza, no mínimo, 600 megawatts de energia, o suficiente para abastecer grandes operações de tecnologia com estabilidade e segurança. Por esse investimento, é possível perceber o quanto de energia será necessária alimentar a IA da empresa.

O valor exato de energia consumida pelos data centers das “gigantes da informação” ainda não é devidamente quantificado e muito menos divulgado. O que se tem hoje são estimativas de vários estudiosos. Segundo a pesquisadora americana Sasha Luccioni, da empresa de IA Hugging Face, “é um desafio manter as estimativas atualizadas e as empresas se tornam cada vez mais secretas à medida que os lucros crescem.”

Na verdade, para a maioria das tarefas a quantidade de energia demandada é pequena, cerca de 0,002 kWh (9 segundos de Netflix), segundo a pesquisadora. Mas quando se trata de geração de imagem, o consumo sobe para 2.907 kWh.

Com a crescente demanda por IA estima-se que o consumo dobre ou triplique até 2026. Só o ChatGPT conta hoje com 400 milhões de usuários. Imagine toda essa população utilizando a ferramenta e consumindo energia, para fins de pesquisa e geração de imagens? O número de servidores e suas capacidades certamente serão multiplicadas, para suportar tanta informação.

É importante destacar que a manutenção da Inteligência Artificial funciona como uma “bola de neve”. A operação contínua de servidores provoca superaquecimento e necessita de um sistema de resfriamento, que também consome muita energia elétrica. E não incluímos nessa produção, os tantos outros equipamentos auxiliares. É muita energia elétrica demandada.

E toda essa demanda está levando o Google a investir em energia nuclear.

E por que nuclear? Porque ela é considerada limpa, visto que as usinas não emitem gases de efeito estufa durante o processo de geração. Entretanto, ela não é renovável, pois utiliza urânio, um recurso finito que demora milhões de anos para se formar. 

O fato é que a Inteligência Artificial vem provocando inúmeras transformações tecnológicas, sociais, culturais e ambientais. O futuro dessa tecnologia é imprevisível, para nós consumidores. A dica é consumi-la com moderação.

Aproveito para compartilhar um dado curioso:

Uma consulta ao ChatGPT consome quase 10 vezes mais energia do que uma pesquisa comum no Google. Um texto de 100 palavras no ChatGPT, por exemplo, despende cerca de 519 mililitros de água para ser criado.
Extraído do artigo de Maria Prata para o newsletter semanal Universa da UOL.

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