Inovação Aberta – Parte 2

No artigo passado tratamos sobre Inovação Aberta. Por ser um tema bastante instigante e super atual resolvi dar continuidade explorando um pouco mais sobre as possibilidades de parcerias entre uma empresa tradicional e uma empresa inovadora.

Como falamos, a inovação aberta é uma abordagem orientada para a conexão entre parceiros objetivando criar soluções inovadoras para seus projetos ou negócios.

Existem várias maneiras de implementar essa abordagem em uma empresa. No artigo anterior falamos de algumas delas. Aqui aprofundaremos um pouco mais sobre esses métodos.

Antes da empresa iniciar um processo de inovação aberta a primeira coisa a fazer é conhecer as diversas modalidades existentes e quais delas se adequam melhor ao seu negócio e ao objetivo que deseja alcançar. A proposta é evitar que a empresa invista em algo que não trará retorno e não gerará valor para ela e seus clientes.

A empresa também deve ficar atenta se a parceria que estabelecerá com as partes interessadas resultará em uma aquisição de patente ou licenciamento de uma nova tecnologia. Quanto melhor estiver esclarecida a relação entre as partes melhor serão os resultados.

Iniciaremos com algumas formas mais simples, como o Hackathon, citado no artigo anterior. Os Hackathons são eventos realizados em um curto intervalo de tempo, com o objetivo de gerar soluções inovadoras para problemas desafiadores. Esses eventos podem contar com a participação de profissionais de tecnologia, designers de processo, representantes de empresas inovadoras, dentre outros de interesse da empresa e ligados à solução do problema apresentado.

Um Hackathon pode ser realizado para resolver um problema através da adoção de algum tipo de tecnologia disruptiva ou incremental ou até mesmo para promover pequenas inovações internas na empresa.

Avançando um pouco mais no tema, uma outra solução é a empresa se utilizar de um recurso externo denominado Ecossistema de Inovação. Esse termo vem da biologia, em que uma comunidade de microrganismos se une compartilhando características comuns. Trazendo o conceito para o mundo corporativo um Ecossistema de Inovação é um ambiente em que empresas, universidades, governos e a sociedade se unem para formar um ambiente colaborativo e inovador em que todos trabalham juntos e compartilham seus resultados em favor de um propósito comum: a Inovação. Para alguns autores essa ambiência colaborativa denominado tríplice hélice ou quadrupla hélice é responsável por promover grandes mudanças, quando trabalhadas em torno de uma governança.

Através de um ecossistema de inovação a empresa pode se valer de serviços ou produtos desenvolvidos em Incubadoras de Empresas, Startups, negócios apoiados por Aceleradoras, Parques Tecnológicos, Universidades, dentre outros. É importante destacar que a estratégia de buscar um ambiente como este é benéfica para todos as partes envolvidas. Em tempos de crise, onde a colaboração é essencial para a sobrevivência de um negócio, essa solução pode ser muito importante.

O relacionamento com Startups é outra maneira de se colocar em prática o modelo de Inovação Aberta. Por serem criadas com o objetivo de buscar solução para um problema específico, elas se tornaram especialistas no tema.

Existem vários modelos de relacionamento com as Startups, além simples da contratação de seus serviços, para desenvolver soluções inovativas para o seu negócio. Dentre eles destacamos o Corporate Venture, ou seja, empresas que investem em startups. Essa modalidade é muito comum entre grandes corporações. Nesse tipo de iniciativa a grande empresa aposta investindo em novos modelos de negócios ou novas tecnologias com o objetivo de expandir ou otimizar seus serviços ou processos.

No relacionamento com as startups alguns dos grandes desafios são: gerenciar o relacionamento com a startup; encontrar a startup certa para resolver o problema de sua empresa; estar por dentro do mercado da startup; assegurar-se de que esse relacionamento deve ser proveitoso para ambas as partes.

Quando a empresa decide participar de modelos de investimento ou aceleração de startups, com um propósito bem definido, os riscos desse relacionamento tendem a ser minimizados.

Existem ainda outras formas de praticar a inovação aberta, algumas bem mais sofisticadas que envolvem estudos mais aprofundados sobre processos, investimentos e transferência de tecnologias. Processos de cocriação de novas tecnologias, aquisição de empresas inovadoras ou startups, utilização de redes de pesquisas são alguns exemplos.

O certo é que a empresa precisa estar certa de que um destes pode ser o melhor modelo para o seu empreendimento. Como investir em inovação aberta, na maioria dos casos, requer conhecimento, tempo e recursos financeiros é necessário que o empresário identifique o grau de maturidade de sua empresa e decida sobre o quê e de que forma ele pretende inovar. Do contrário isso pode ser um custo sem grandes retornos.

Lembre-se, inovar é uma questão de atitude, mas também pressupõe riscos calculados.

Sucesso.

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