Gestão de conflitos com “personalidades fortes”

Semana passada falávamos aqui sobre comunicação emocional, lembra? Me despedi de você, empreendedora, perguntando o que lhe faltava para desenvolver ou lapidar sua capacidade de comunicação emocional. Inevitavelmente, estou falando nas entrelinhas sobre o leque aberto de pessoas e seus mundos, incluindo as de personalidade forte, algo corriqueiro não apenas no consultório, mas no dia a dia de todos nós.

Começo o texto frustrando a ideia de quem se ufana dizendo fazer parte desse time ou de quem nomeia A ou B tal qual. Temperamento explosivo como uma dinamite, falam sem filtro nem rodeios sobre o que pensam e que rotineiramente têm um rol de inimizades resumem as características de algo que técnica e/ou cientificamente não existe. Contudo, a psicologia define como personalidade forte uma pessoa resiliente ante às adversidades. Qualquer coisa além disso, favor desconsiderar.

Me diga qual a imagem que vem à cabeça quando ouve a palavra conflitos? Brigas, desacertos e afins certamente é o que surge. Ainda que seja a leitura do que os conflitos provocam, a boa notícia é de que nem todos são danosos. Usando como parâmetro o ambiente de trabalho, manejados por uma gestão sábia que elenque e selecione o universo de fatores que desencadearam os ditos conflitos, a empresa é quem ganha com isso.

Explico melhor: pense nas inúmeras diferenças das equipes de cada departamento que são suplantadas porque há projetos e prazos urgindo. Indo além; agora tocando no delicado ponto de personalidades distintas atuando juntas e nas inevitáveis dificuldades nos projetos e prazos citados acima. Havendo estratégias e práticas preventivas destinadas à solução de conflitos, os momentos em que a orquestra não está afinada não abala a harmonia coletiva no trabalho.

Ora, se há uma gestão a controlar conflitos no ambiente de trabalho, com a finalidade de dirimir as questões interpessoais para evitar um ambiente competitivo ou mesmo grosseiro, significa que estamos poupando adultos de agirem e pensarem como tal? Resgate aqui a ideia da personalidade forte, mencionada desde o título da coluna de hoje, para algo corriqueiro na escuta clínica e no empreendedorismo, que é a disputa de quem está certo e quem está errado.

Egos inflados deflagram pessoas com condutas por vezes irremediáveis. Penso que você se identificou com alguns pontos abordados ou se lembrou de terceiros, não foi? Por mais habilidosa que seja a gestão, se sugere a psicoterapia para compreender os motivos inconscientes que atropelam o trabalho em equipe.

Por menor que seja o seu negócio, é fundamental que a cultura organizacional seja tão clara quanto a certeza, para todos os envolvidos, que o principal ativo de uma organização são os seus colaboradores.

Na próxima sexta, vamos conversar sobre as causas cotidianas de desentendimentos e/ou brigas no ambiente de trabalho, combinadas?