Está chegando o “tempo das pessoas tontas” (parte 1)

Amanheço em paz: oração e meditação.

Logo a seguir me pego cobrando do Universo a minha colheita: flutuabilidade e rotina fatigante.

Esta é a “Cidade do Sobe e Desce”. Se não há mais como viver na previsibilidade dos instantes, imagine do dia de amanhã. Como desenharemos certezas sobre tranquilidade, segurança, coisas arrumadinhas?

O tempo girou de verdade. A Pandemia, plantou o marco divisório mundial. Dura constatação sobre os que partiram e os que ficaram.

Os que partiram deixaram a dor e a saudade e os “ficantes” viram surgir dias diferentes, que nos empurram para transformações contínuas, enxurrada de compromissos que escapolem até da agenda, símbolo em um passado não tão distante, do planejamento e da organização diária. A gente deixou ela de lado. Adotamos o “Pomodoro timer”, para assarmos, literalmente, como frango no forno e tomarmos um susto ao toque do despertador, nos dizendo que o intervalo já acabou. Cinco minutos de pausa e muda a tarefa… “método evolutivo de controle do tempo e da ansiedade”(?)…

Falei das mudanças botânicas no artigo passado e ontem uma mentorada me contou sobre as pesquisas oftalmológicas voltadas para os problemas recorrentes da Síndrome do olho seco. “Os olhos estão adoecendo porque não piscam mais. Ficam abertos, em estado de alerta, buscando freneticamente, por horas, o que está acontecendo nas telas brilhantes dos celulares.” Ora! Vamos aproveitar a mesma técnica do pomodoro e parar nas pausas acionadas pelo timer, olhar pela janela o mais longe que nossa vista possa alcançar.

Voltar a rever nuvens no céu e as imagens de além mar. E dar várias piscadelas para as belezas que pudermos enxergar.

Fato é que estamos aqui. Com olhos que não piscam mais, com alertas nos despertando em ciclos e nem adianta inventarmos de fugir para aquela tão sonhada casinha de sapê, porque naquele lugar imaginariamente bucólico de antes, haverá agora sinal 6 G, Netflix e motoqueiros do Ifood disponíveis para a entrega daquele fast food feito a jato. Haja milagres em cada manhã…

Agora, se não é mais possível convivermos com a estabilidade e calmaria advindas do mundo externo, qual o chamado para nós, “ficantes da Pandemia”? Seria o ” Velho do Rio?” Tal qual a novela de sucesso, vou ter que continuar esta boa conversa, com a calma que ainda me resta, nos próximos capítulos. Semana que vem te conto o segredo de finais felizes na vida real.

Beijo beijo

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