Essa guerra pode parecer longe. Mas ela também atravessa a gente. Você sabe como?

Impactos da guerra na economia brasileira com gráfico de mercado sobreposto à bandeira do Brasil.

Às vezes, a gente se acostuma a ver manchetes de guerra como se fossem parte do noticiário distante, quase uma rotina do que acontece “lá fora”. Mas basta observar um pouco mais de perto pra entender: os impactos dessas decisões ultrapassam fronteiras e chegam até nós: nas políticas, nos preços, no futuro que estamos tentando construir.

A recente movimentação dos Estados Unidos, que deixou em segundo plano as conversas sobre a Ucrânia para dar foco à tensão entre Israel e Irã, é mais um sinal de que o mundo vive um momento de rearranjo. Quando uma potência como os EUA muda de direção, o efeito dominó atinge todo o tabuleiro global. Apoios militares são redistribuídos, rotas comerciais se reorganizam, o valor de commodities oscila, e as prioridades internacionais mudam de lugar. O ex-Chanceler brasileiro, Celso Amorim, atual conselheiro da presidência da república, disse em entrevista ao Estúdio i, da GloboNews, que a “Ordem Mundial”, tal como conhecemos, no pós-segunda guerra, acabou. E será preciso entender os novos arranjos.

Isso afeta diretamente o Brasil, mesmo que pareça invisível à primeira vista.

Os combustíveis ficam mais caros, os alimentos sobem de preço, e o acesso a recursos para financiar projetos de desenvolvimento sustentável se torna mais difícil ou mais cobiçado, dependendo do ponto de vista. Em tempos de instabilidade, quem tem floresta, água, biodiversidade e território estratégico vira alvo de atenção redobrada. E aí, a Amazônia deixa de ser paisagem exótica para virar parte central do jogo geopolítico.

Mas o ponto mais importante talvez seja este: num mundo que se reorganiza sob tensão, quem não se posiciona, fica para trás. Isso vale para países, governos, empresas e também para pessoas. A COP30, que será realizada aqui em Belém, é uma oportunidade rara de mostrar ao mundo que o Brasil quer e pode  ser ponte entre diferentes blocos, e que a Amazônia não é uma zona de sacrifício, mas um território de soluções.

Falar de guerra é também falar de futuro. Porque é nessas horas que os rumos se definem: quem será ouvido, quem vai propor, quem vai liderar. Para o ex-chanceler brasileiro, Celso Amorim, os BRICS terão papel fundamental neste rearranjo mundial. A guerra pode parecer longe. Mas ela também atravessa a gente. Está no aumento do custo de vida, na dificuldade de importar insumos, na pressão sobre nossa biodiversidade, e também nas oportunidades que podem surgir se soubermos agir com inteligência para encontrar a Paz.

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