É sobre isso e está tudo bem
Qual foi a última vez em que você disse aos demais que não conhece uma trend (tendência) ou pessoa com fama e justo reconhecimento? Quem aí nunca sorriu fingindo costume sobre algo ou alguém? Meu convite aqui é você verbalizar sobre suas curiosidades e o que você não sabe.
Antes, vou contextualizar teoricamente, mas certa de que você vai acompanhar meu raciocínio. O ser humano nasce frágil, pois os bebês dependem dos cuidados adultos por um longo tempo. Desta forma, ainda no início da vida, eles experienciam a sensação de medo, que se manifesta por volta dos 3 ou 4 meses de idade. Nesse momento, a criança sabe distinguir o familiar de um estranho e aprende a distinguir a mãe (ou quem dela cuida) do restante que a rodeia. O estranho é a simbólica iminência de perder o amparo materno.
O sentimento de medo é parte da nossa vida e de suma importância para a própria proteção por regular a exposição demasiada aos riscos. A psicanálise aponta que, com o aumento do vocabulário a partir dos 2 anos, se expande proporcionalmente o mundo simbólico recém-descoberto. Aqui, por exemplo, se explicam as situações cotidianas do medo sentido ante pessoas fantasiadas: palhaços, papai noel, etc.
No mundo adulto, o medo é uma proteção herdada dos homens das cavernas contra ameaças de predadores e que nos ensinou a sobrevivência (ufa!) na fuga quando algo ou alguém nos ameaça. A psicanálise pode contribuir para você, empreendedora, sobre a importância da adaptação a cada situação nova que possa lhe amedrontar. Afinal, você encontrará estranhos (pessoas e contextos) ao longo de toda a sua vida. O “pulo do gato” é saber identificar estranhos inofensivos e manter-se constante e confiante em si.
Faz sentido agora para você o receio em pedir explicações? Em se inscrever num curso onde não haja ninguém conhecido? Sobre o que causa nos demais ter a iniciativa de começar algo inédito e ouvir ao término da empreitada o quão corajosa você é? Você daí me enumera mais perguntas, não?
O que move o mundo são as perguntas, não as respostas.
Poder experimentar a vivência momentânea de colapso entre os domínios do que é familiar e do que é estrangeiro, acredite, é a forma genuína das suas percepções, tão quietinhas dentro de você, ganharem forma, conteúdo, ou, nos termos atuais, lacrarem e engajarem na rede.
Não saber é a mais genial forma de saber.
Aguardo por você (in)quieta até a próxima sexta- feira 🙂
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