De volta ao mercado de trabalho

Com a pandemia muitas mulheres viveram a triste experiência de escolher entre o trabalho e a família, especificamente os filhos. Devido às questões de isolamento social ou lockdown, que culminaram em crianças fora da escola, necessitando do acompanhamento dos pais no ensino remoto.

Passados já 18 meses de pandemia, algumas regiões já estão com mais de 50% da população vacinada, as aulas já recomeçaram, em alguns locais ainda em fase de revezamento, 50% na sala de aula e 50% em casa remotamente, mas a vida aos poucos vai tomando um ritmo mais próximo do normal que se conhecia. E neste momento muitas mulheres estão pensando como retornar ao mercado de trabalho, afinal os tempos estão “bicudos” o dinheiro escasso e as contas não param chegar. E as empresas começam a trazer quem estava remoto e recrutar para os postos que estavam desocupados.

Nas últimas semanas já fui contactada por algumas empresas de varejo para abrir processos de recrutamento e seleção para vaga de vendedor, supervisor, gerente e caixa. Nas entrevistas que já realizei a cada 10 entrevistados 7 foram mulheres. Nas entrevistas percebi que apenas 2 de cada sete entrevistadas realizaram algum curso ou capacitação durante os últimos 18 meses, e essas eram as candidatas com pelo menos um nível superior. Dois entre cada três homens que entrevistei fizeram pelo menos um curso ou capacitação durante este mesmo período. Claro, que isso é um reflexo da situação acima mencionada sobre a necessidade de a mulher ir pra casa tomar de conta dos filhos, adicionado ao fato da redução do orçamento familiar e a própria situação cultural de que se tivermos que investir primeiro em alguém, este alguém é o marido, afinal na hora de decidir quem toma conta das crianças a responsabilidade ainda recai primeiro sobre as mulheres.

Estatisticamente as mulheres são 16% mais escolarizadas que os homens, mas este período da pandemia pode trazer prejuízos, atraso para as mulheres, pois na disputa por uma vaga isso pode fazer muita diferença.

E como diminuir esse prejuízo?

Se ainda não tiver condições de pagar por um curso de atualização na sua área, agora é hora de buscar conhecimento gratuito na internet, diversas plataformas, como youtube, disponibilizam vídeos, palestras de diversos temas e de boa qualidade. E numa eventual disputa por uma vaga, valorize suas competências e habilidades, descreva todos os projetos que participou e como agregou valor a cada um deles. E principalmente deixe claro como pode contribuir com a empresa pela qual está sendo entrevistada. Acredite, as empresas estão querendo profissionais que se alinhem aos seus valores e que possam viver a cultura da empresa.

As empresas estão querendo contratar, a dificuldade está em encontrar profissionais preparados.

E se você é empresária, fique atenta, não foi só a necessidade e expectativa de seus clientes que mudaram, as pessoas mudaram o jeito de estudar e trabalhar, passaram a adotar uma mentalidade “You Only Live Once”, em português “Só se vive uma vez” e precisamos aproveitar da melhor maneira. O mundo do trabalho mudou e levará algum tempo para se refazer, mas tenha a certeza de que cada vez mais, você e sua empresa também passam pelo processo seletivo dos candidatos. Com essa chacoalhada que todos nós sofremos, muitos profissionais estão na fase do “revendo minha carreira” ou “abrindo meu próprio negócio”. Então, elabore estratégias para atrair talentos para seu negócio, mas não esqueça de elaborar estratégias para rete-los no negócio.

Grandes empresas como Amazon, McDonald’s, Target vão do Mustang zero-quilômetro ao Iphone como “mimos” para os entrantes ou para os que se destacam. Cada empresa dentro da sua realidade e da necessidade e expectativa do seu quadro pode montar sua estratégia de retenção, o importante é não ignorar o momento.

Como diz Jeff Bezos,” se quiser ter sucesso na vida e nos negócios, você tem que gerar mais valor do que consome”.

Excelente semana!!

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