Da mulher invisível à mulher que se faz ouvir

Nas últimas semanas, falamos sobre dois desafios que muitas mulheres enfrentam: a sobrecarga de fazer tudo sozinha e a dificuldade de priorizar o que realmente importa. Muitas de vocês compartilharam como foi libertador perceber que não precisam carregar o mundo nas costas, mas também como, mesmo delegando e escolhendo melhor, a sensação de apagamento ainda persiste.
E esse é o tema de hoje: da mulher invisível para a mulher que tem voz.
Existe uma cena clássica que se repete em muitos lares e empresas:
- A mulher pensa em tudo, planeja, organiza, cuida, antecipa problemas.
- Mas na hora de dar opinião, propor mudanças ou simplesmente ser ouvida, sua fala não tem o mesmo peso.
Se ela interrompe alguém, parece rude.
Se ela insiste, parece teimosa.
Se ela desiste, ninguém percebe que ela queria falar.
Muitas mulheres, cansadas de não serem ouvidas, desistem antes mesmo de tentar. Ficam em silêncio, aceitam decisões que não refletem suas vontades e, pouco a pouco, se tornam invisíveis até para si mesmas.
E quando percebem isso, vem a pergunta assustadora: quem sou eu além do que faço pelos outros? Recuperar a própria voz não é só sobre falar mais alto—é sobre acreditar que sua palavra importa.
Muitas mulheres foram educadas para falar “na hora certa”, “do jeito certo”, sem “exigir demais”. O medo de errar, de desagradar ou de não serem levadas a sério faz com que evitem se expressar.
Mas aqui vai uma reflexão importante: quantas vezes você silenciou algo que queria dizer porque achou que não valia a pena? Se essa conta for alta, talvez seja hora de resgatar sua fala.
EXERCÍCIO PSÍQUICO: ONDE VOCÊ PODE SE EXPRESSAR HOJE?
Se expressar começa em lugares pequenos. Experimente estas perguntas:
- Há algo que você pensa, mas nunca verbaliza? O que aconteceria se dissesse?
- Em qual ambiente você sente mais dificuldade de ser ouvida? O que te impede?
- O que você gostaria que as pessoas soubessem sobre você, mas nunca disse em voz alta?
Escolha um desses pontos e faça um pequeno teste esta semana: diga algo que normalmente guardaria para si. Pode ser uma opinião em uma reunião, um desejo em casa, um comentário sincero com um amigo.
Observe como isso ressoa dentro de você. Vem medo? Vem alívio? Vem culpa? Todos esses sentimentos fazem parte do processo. Depois de resgatar sua voz, há um último movimento essencial: colocar essa voz a serviço da sua própria vida.
Porque falar é importante, mas liderar a si mesma é ainda mais.
E é sobre isso que falaremos no próximo texto do blog Donadelas: o que acontece quando uma mulher para de pedir permissão para viver?
Enquanto isso, me conta: qual foi a última vez que você se fez ouvir? Como foi essa experiência?
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