COP 30 e o Fator Trump
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A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), programada para ocorrer em Belém, em novembro de 2025, surge como um evento crucial na agenda climática global. Entretanto, a recente decisão do presidente Donald Trump de retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris adiciona uma camada significativa de complexidade às negociações internacionais.Mapa-múndi com bandeira dos Estados Unidos marcando o território norte-americano.
Em 20 de janeiro de 2025, logo após sua posse, Trump assinou uma ordem executiva intitulada “Colocando a América em Primeiro Lugar nos Acordos Ambientais Internacionais”, formalizando a saída dos EUA do Acordo de Paris pela segunda vez este movimento, que já havia sido realizado durante seu primeiro mandato, é justificado pela administração Trump como uma medida para proteger a economia americana de compromissos que considera onerosos e injustos.
A retirada dos Estados Unidos, a maior economia mundial e um dos principais emissores de gases de efeito estufa, representa um desafio significativo para os esforços globais de mitigação das mudanças climáticas. Especialistas apontam que, mesmo com a colaboração internacional, as metas estabelecidas para 2030 já não são suficientes para limitar o aquecimento global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, conforme estipulado no Acordo de Paris. A ausência dos EUA pode dificultar ainda mais a consecução dessas metas, exacerbando os efeitos das mudanças climáticas em escala global.
Em resposta a esse cenário desafiador, o governo brasileiro nomeou o embaixador André Corrêa do Lago como presidente da COP 30. Diplomata experiente e reconhecido por sua atuação em negociações climáticas, Corrêa do Lago traz uma bagagem significativa para liderar as discussões em Belém. A nomeação é vista como uma tentativa estratégica de fortalecer o papel do Brasil nas negociações e buscar soluções colaborativas diante das adversidades atuais.
O secretário-geral das Nações Unidas enfatizou a importância do sucesso da COP 30, especialmente em um momento de crescente ceticismo em relação às ações climáticas ele destacou que é fundamental reafirmar o compromisso global de limitar o aumento da temperatura média global a 1,5°C para evitar consequências ambientais e sociais catastróficas.
A COP 30, portanto, assume um papel central na definição dos rumos da política climática internacional, já que a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris coloca uma pressão adicional sobre os demais países para intensificarem seus compromissos e ações. O Brasil, como anfitrião, tem a oportunidade de liderar pelo exemplo, promovendo políticas ambiciosas de redução de emissões e incentivando a cooperação internacional.
Em adoção de medidas mais ambiciosas e a colaboração efetiva entre as nações, o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5°C pode se tornar inatingível. Isso resultaria em impactos severos, como eventos climáticos extremos mais frequentes, elevação do nível do mar e perdas significativas na biodiversidade, afetando diretamente milhões de pessoas ao redor do mundo. A liderança brasileira, aliada ao compromisso das demais nações, será fundamental para superar os desafios impostos pela conjuntura atual e avançar rumo a um futuro mais sustentável e resiliente.
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