Consumo, utilização e descarte.

Olá, empreendedora.

Nesses últimos dias tenho refletido o quanto somos dependentes das tecnologias e inovações que surgem a cada dia. Conversamos sobre esse assunto em um artigo anterior. Uma boa tecnologia traz bons resultados se você souber usá-la plenamente. Caso contrário, ela pode se tornar um custo.

O cientista, físico e escritor Carl Sagan, em um de seus livros citou a seguinte frase: “Vivemos em uma sociedade profundamente dependente da Ciência e Tecnologia, na qual pouquíssimas pessoas sabem alguma coisa sobre Ciência e Tecnologia.” Parece uma frase atual, mas não é. Há muito se fala de descobertas científicas e tecnológicas e o que elas têm produzido de inovações para consumo da sociedade. Mas poucos de nós sabe corretamente o uso dessas inovações e o quanto podemos extrair delas.

Podemos dar o exemplo prático do celular. Muitas vezes investimos muitos reais em um equipamento de marca, de luxo ou com grande tecnologia embarcada e não usamos nem 20% de seus recursos. Já compartilhei com pessoas que adquiriram um celular caro apenas porque a câmera possuía uma boa resolução. Mas será que é só isso? Nem sempre a gente para pra pensar nesses aspectos do consumo. Isso também vale para os veículos.

É claro que não estou fazendo nenhuma alusão ao não consumo de produtos inovadores. Muito pelo contrário, adoro novidades tecnológicas. Mas tenho refletido na praticidade do “asset utilization”, ou seja, na utilização plena do ativo.

Muitas vezes além de não utilizarmos plenamente as funções de um produto, acabamos gerando “lixos tecnológicos” quando descartamos produtos mais antigos, pelos mais novos. E nem temos ideia de pra onde eles vão após descartados.

Sei que não é muito fácil se pensar em aspectos como esse, especialmente quando vivemos em uma sociedade focada no consumo. E, dependendo da classe social, as pressões externas são grandes, tanto do ambiente em que a pessoa está inserida, quanto a dos fabricantes de equipamentos.

Recentemente nos vimos às voltas com a troca da bateria do nosso notebook. O equipamento estava perfeito estado, com a capacidade de memória ótima para o consumo doméstico, até que a bateria começou a dar sinais de desgastes. Buscamos o fabricante que nos informou que, devido ao equipamento ter mais de 4 anos de uso, a bateria não estava mais sendo fabricada, só por demanda, o que encarecia o conserto. Aí você pensa logo é melhor comprar um notebook novo. E assim lá se vai mais um equipamento.

Neste caso o “asset utilization” foi “boicotado” pelo fabricante. Mas isso acontece muito em quase tudo o que consumimos, sejam roupas, móveis, veículos e, especialmente eletrônicos.

Num mundo em que a preocupação com o meio ambiente está cada vez mais patente e em que os países mais desenvolvidos, que contribuíram para degradar os biomas mundiais, cobram dos países em desenvolvimento essa responsabilidade, pensar no consumo responsável é muito importante.

Deixar de consumir, certamente isso não acontecerá, mas ficarmos atentos aos materiais com que são fabricados, ao uso de mão de obra escrava, à exploração indevida da natureza é responsabilidade de todos.

Assim, antes de adquirir qualquer produto ou serviço reflita sobre o pleno uso deles e que tipo de passivo ele pode produzir ao nosso ambiente.

Pode parecer clichê, mas se cada um fizer a sua parte com certeza teremos um ambiente melhor, com pessoas mais educadas e responsáveis. Divulgue essa proposta.

Sucesso sempre. 

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