As dores dos pequenos negócios
No final do mês de abril fui informada que mudaria de área de trabalho, num processo interno de reorganização da empresa. A mudança sempre causa desconforto, mas quando se olha para o desafio futuro o desconforto vai se transformando em oportunidades. E, nesse processo de mudança, senti necessidade de aprofundar o estudo sobre os desafios dos pequenos negócios, neste mundo tão ágil e competitivo.
Lembrei de uma pesquisa que o Sebrae lançou em janeiro de 2023 denominada “Dores dos Pequenos Negócios” e fui revisitá-la, visto que já havia lido o documento, mas não em profundidade. Particularmente não simpatizo com o nome DOR, mas me debruçando nos resultados percebi que em várias respostas o sentimento era de dor mesmo, com tantas dificuldades para gerir o próprio negócio.
A pesquisa entrevistou microempreendedores individuais – MEI, microempresa e empresas de pequeno porte. Quando perguntados quais eram os seus principais desafios o quesito que apareceu em primeiro lugar foi a BUROCRACIA.
Burocracia para abrir uma empresa, para identificar taxas e impostos a serem pagos, para retirada das licenças legais, contratar um contador e retirada de Alvarás. Creio que muitas de vocês já passaram por isso.
O segundo maior desafio foi FINANCIAMENTO. Realmente essa é uma dor imensa para quem tem um pequeno negócio e quer ampliá-lo. Primeiro pela dificuldade de acesso ao crédito, segundo pela burocracia das instituições financeiras, terceiro pelas taxas altíssimas de juros e, por fim, não menos importante o aval.
A pesquisa relata uma série de outros desafios, mas podemos dizer que os dois primeiros podem ser classificados como os estruturais. Quando o documento investiga as dificuldades atuais a “recuperação pós pandemia” e a “profissionalização da gestão” ganham destaque.
E essa recuperação continua sendo sentida por uma infinidade de negócios, até hoje. Ficar sem comercializar seus produtos ou serviços, não poder se relacionar presencialmente com os clientes fez com que as empresas buscassem a sua reinvenção de forma forçada. Lidar com o digital foi mais desafiador ainda, especialmente para os MEI. Nesse contexto, o mais curioso foi o poder de recuperação dos pequenos negócios. Por terem uma estrutura menor e mais ágil, a tomada de decisão ficou mais fácil.
Outro desafio, que pouco aparecia nas pesquisas do Sebrae antes da pandemia, foi o “marketing e mídias digitais”. Para sobreviverem muitas empresas tiveram que lançar mão desse recurso para mostrar que estavam vivas.
Que bom que existe a tecnologia e inovação para dar esperança a esse segmento empresarial tão sofrido e que contribui de sobremaneira para a economia do país (correspondem a 98% do número de empresas do Brasil).
Parabéns, empresária que foge à luta.
Consulte a pesquisa:
Comentários