Apenas um convite precioso

O tema espiritualidade, timidamente, começa a ocupar as salas de reuniões, as palestras e os ambientes acadêmicos. O Hospital Albert Einstein deu início a um Grupo Médico-Assistencial de espiritualidade para aprofundar o conhecimento sobre a intervenção da fé em aspectos individualizados e para a organização de novos estudos científicos, combinando-a com a medicina.

Minha amiga e elegante colunista Donadelas, Ana Franco, partilhou um vídeo que aqueceu a minha chama sobre este assunto tão costumeiro e ainda pouco discutido, por excesso de zelo da nossa parte: “Cada uma tem a sua crença e não se fala sobre isso.” Mas, falar é bom. Estamos quebrando tantos paradigmas sociais e este pode ser mais um deles, já que se refere à completude humana.

Não é sobre a religião de cada uma, é sobre a integração da espécie com o universo em que se habita. É o modo como compreendemos a existência e a potência que nos liga, nos momentos mais desafiadores em que passamos.

Leonardo Boff, escritor, filósofo e teólogo, diz que “espiritualidade é experimentar uma força interior que supere as próprias capacidades”.

Desde muito cedo os pequenos são ensinados sobre a vida e sobre a morte, o ciclo natural dos seres vivos. Se o vovô partiu, a criança passa a saber que ele “virou uma estrelinha no céu”. E assim, de maneira delicada e explicativa, os conhecimentos sobre este assunto vão sendo introduzidos. O peixinho também morre, bem como a plantinha bonita do quintal. Aprendizados importantes sobre a impermanência e o tempo de todas as coisas. Conversas sobre espiritualidade.

Crescemos e por várias razões, vamos nos afastando do nosso lado anímico, esquecendo as pinceladas da infância sobre viver e morrer. Passamos a dedicar quase todo o nosso tempo para a sobrevivência e as conquistas materiais. Tomamos consciência de que o vovô não virou estrelinha, mas está em algum lugar bem protegido e isso basta.

Construir uma carreira, trabalhar, ter casa própria, plano de saúde, viajar… vão para a lista de prioridades e a conexão espiritual vai ficando em um cantinho, geralmente visitado na hora do: “Meu Deus, me ajuda por favor!” Quando as coisas apertam, o pedido é unânime até para os mais céticos. Suplicamos auxílio ao céu, rogando para que nossa força interior se junte a algo que não compreendemos bem, mas sabemos que existe. Algo que supere as próprias capacidades já conhecidas e que opere o milagre.

Quero te convidar a refletir junto comigo sobre a espiritualidade sem mais adiamentos. Preste atenção à sua rotina, à sua conduta para consigo mesma, no centro da oportunidade maravilhosa que é viver transitoriamente. Você nunca está só!

Que o sopro das minhas palavras chegue ao seu pensamento e também toque a sua alma, acendendo a luz do amor e de uma vida com lugar para esta poderosa energia que te abraça.

Beijo beijo

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