A principal negociação: perfeccionistas, uni-vos!
Na coluna anterior, fiz um alerta para você, leitora: o tempo do entendimento caminha no descompasso do tempo do metaverso. Algumas de vocês me indagaram no Instagram : metaverso? Emojis (carinhas) várias entre a interrogação, o espanto, a exaustão e mesmo o aplauso. Pensei em começar hoje de forma mais didática, para caminharmos juntas aqui até o elogio. Daqueles gostosos, que afagam o coração e mesmo que você seja acanhada, aceita com gosto e ciente do merecido reconhecimento.
Metaverso é a terminologia que indica um tipo de realidade virtual que replica a realidade de fora, a off-line, através de dispositivos digitais, sendo um espaço coletivo e virtual compartilhado, resultado da soma entre realidade virtual, realidade aumentada e internet. Trocando em miúdos, você me lê no metaverso e estando numa rede social empreededora, seu negócio está nele, também. O que isso comunica quando o tema eleito na semana é perfeccionismo? Vem comigo e no caminho vou explicando.
Seres humanos interagem. Qual a sua forma de negociar? Qual a sua forma de gerenciar conflitos decorrentes de quaisquer tipo de interação? Quais as suas estratégias para obter o que você batalha há tempos, simultaneamente tentando conciliar com as necessidades das demais pessoas importantes na vida? Poucos dilemas como a última pergunta são tão abrangentes e desafiadores.
Quando você é perfeccionista, você quer dar o melhor de si. Como se lê na rede: “entregar tudo”. Porém, guarde consigo: a primeira e mais importante negociação é a com você que me lê. Alcançar expertise e excelência com os demais é possível apenas depois de alcançar o sim com você mesma, a sua pior adversária.
Somos complexos por sermos humanos e emoções se (des)regulam com facilidade. Experts em começar, péssimos em prosseguir e mais cabulosos ainda em recomeços; nada mais que pessoas querendo incessantemente um novo caminho mais fácil. Novo alerta : energia desperdiçada pois, na maioria das vezes, apenas reiniciando se encontra novo(s) caminho(s) ou, usando termos midiáticos , novo(s) propósito(s).
“Meu caminho dependeria do meu esforço e dedicação, de decisões minhas e não de terceiros, e eu me sentia suficientemente capaz de solucionar todos os problemas que surgissem, de encontrar saídas para os apuros que porventura me metesse”. Amyr Klink, o gênio navegador , quem disse isso -não eu- em seu livro Cem dias entre Céu e Mar.
Enquanto psicanalista, ao ler isso entendi que saber viver é saber recomeçar . Abraçar e acalentar os desejos, as dores e as perdas. A psicanálise dá o suporte para que não fiquemos obstinados quase cegamente pela travessia, mas sim, encantados. Com os pés no chão, mas pintando o firmamento. Recordar, repetir até elaborar.
Voltar e recomeçar: tudo bem se você ainda não sabia sobre o metaverso. Mas, não fica tudo bem se você se apega ao perfeccionismo, pois -releia acima- se perde o encantamento do caminho!
Uma ótima leitura e até a próxima semana! 🙂
Tenho acompanhado a coluna e estou adorando conteúdos e temas abordados. Esse, em particular, muito me toca. E fica a reflexão do último parágrafo: se nos apegamos ao perfeccionismo, perdemos a beleza e os ensinamentos da caminhada. Pura verdade! Um tanto difícil de praticar, mas libertador quando se consegue.