Por que os Backstreet Boys ainda nos emocionam?

Mulher assistindo show musical pela televisão em casa, representando a experiência de reviver memórias emocionais através da música.

Eu não fui a São Paulo para o The Town, esse festival gigante de música que reuniu artistas do mundo todo durante vários dias. Mas hoje, no hotel, enquanto trabalhava no laptop, liguei a TV em busca de algo diferente e encontrei os shows disponíveis. Resolvi começar pelo do Backstreet Boys, e… me emocionei. Nunca fui fã da banda, nunca corri atrás de discos ou shows, mas senti um arrepio que me fez vasculhar a memória para entender por que aquelas músicas mexeram tanto comigo.

Acho que não era sobre a banda. Era sobre o tempo. Sobre quem eu era quando aquelas músicas tocavam nas rádios. Nesta época eu estava entrando na faculdade: cheia de dúvidas, insegura, mas também cheia de sonhos. O que senti hoje não foi só nostalgia. Foi como se uma porta tivesse se aberto e, de repente, eu me encontrasse com a garota que eu fui. E aí me peguei refletindo: após 30 anos, será que a gente muda tanto assim?

Claro que mudamos: amadurecemos, nos fortalecemos, aprendemos a escolher melhor. Mas no fundo, ainda carregamos dentro de nós aquela garota que sonhava alto e acreditava que o mundo era um espaço aberto de possibilidades. Talvez por isso tanta gente na plateia chorava. Provavelmente não era só pelo show. Talvez pelo reencontro com uma parte de si mesma que o tempo não conseguiu apagar.

Eu sei que cada uma de nós tem essa garota dentro. E às vezes ela fica escondida, soterrada pelo peso das responsabilidades, trabalho, contas, renúncias que a vida pede. Mas ela está lá. E quando alguma coisa desperta essa memória: uma música, um show, uma conversa…, é como se ela dissesse: “Ei, eu ainda existo. Não esquece de mim.”

E eu não sei você, mas eu não quero esquecer. Quero seguir em frente sem perder essa mistura de maturidade e inocência: a coragem da mulher que eu sou hoje, sem abrir mão da esperança daquela garota que acreditava em tudo. Porque, apesar das responsabilidades, dos medos e das escolhas que nos moldam, ela ainda vive dentro de nós.

Foi isso que senti vendo o show do Backstreet Boys. Não era sobre o passado, mas sobre o presente. Sobre me lembrar de que ainda posso me encantar, sonhar e me surpreender com a mesma intensidade de antes. Talvez seja justamente esse o convite: viver sem pressa de nos encaixar, sem a pressa de já estar “pronta”. Porque no fundo, seguimos sendo feitas de sonhos: alguns antigos que resistem, outros novos que ainda estão nascendo.

E você, ainda reconhece a garota que vive em você?

Artigos relacionados

Comentários