Pequenas empresas – por que nem sempre é fácil inovar?

Como tornar sua empresa competitiva e relevante para o mercado, quando tudo está mudando constantemente? Como reter clientes se eles vivem numa eterna busca por novidades ou o próximo sucesso de vendas? Como enfrentar a concorrência na era do digital?
Essas perguntas e outras mais complexas, certamente já rondaram a mente de muitos empresários nos últimos anos. E afirmo, não são fáceis de responder quando tudo ao redor está se transformando de forma acelerada.
Posso dizer que a resposta mais imediata e, não tão simples, estaria na capacidade das empresas em inovar de forma ágil. Mas saibam que inovar de forma ágil é desafiador e tem como fator determinante a vontade do empresário em investir na mudança.
Inovar é uma palavra que inspira crescimento, transformação e competitividade. No entanto, quando se trata da realidade das pequenas empresas, inovar vai muito além das boas ideias, é um verdadeiro desafio estrutural, financeiro e cultural.
Nos meus mais de 30 anos de vivência com as micro e pequenas empresas, constatei que uma das maiores barreiras enfrentadas tem sido a capacidade em inovar. Primeiro porque muitos empresários não têm tempo de olhar para o mercado, de forma detalhada, devido à lida com seu dia a dia empresarial. Outro aspecto é que muitos acham que do jeito que está é suficiente para pagar as contas e gerar lucro. E conflitar com esse pensamento não é tarefa fácil, pois toda mudança causa desconforto.
E isso é plenamente compreensivo, mas inovar é necessário. Veja aqui as razões mais citadas pelas empresas, para não inovar:
1. Recursos financeiros limitados: Muitas vezes inovar exige investimento em tecnologia, capacitação de equipe, pesquisa de mercado ou até mesmo tempo dedicado exclusivamente à criação e teste de novas soluções. Como os pequenos negócios operam com orçamentos enxutos, fica difícil arriscar em iniciativas que não tragam retorno imediato.
2. Cultura empresarial conservadora: Muitas empresas foram criadas com base em modelos tradicionais e sustentadas por práticas que sempre “deram certo”. Esse pensamento pode gerar uma resistência natural à inovação, especialmente quando ela envolve mudança de processos. O medo de errar e de investir em algo que gere incerteza leva ao medo de perder clientes. E esse não é o desejo de nenhuma empresa.
3. Pouco conhecimento das diversas tecnologias: A inovação exige atualização constante. Mas no universo dos pequenos negócios o acesso às inovações, às consultorias e eventos, aos programas de aceleração e outras informações, nem sempre são fáceis ou possuem alto custo de implementação.
4. Falta de Tempo e Mão de Obra: Nas micro e pequenas empresas é comum que os proprietários acumulem várias funções. Ele exerce funções de gerente, vendedor, comprador e responsável financeiro, tornando difícil parar a rotina para pensar estrategicamente em inovar. Outro aspecto é o número limitado de empregados, tornando-se um dificultador para as iniciativas de capacitação.
Esses são alguns dos inúmeros desafios que as pequenas empresas enfrentam para inovar. Mas, apesar dos obstáculos inovar é possível e necessário para tornar a empresa competitiva e longeva.
Seguem aqui algumas estratégias viáveis para os pequenas negócios:
- Começar pequeno, com melhorias incrementais no ambiente, nos produtos, serviços ou processos internos.
- Ouvir os clientes e colaboradores. Eles conhecem bem necessidades reais do mercado. A contribuição deles pode apoiar no processo de inovação.
- Buscar parcerias com instituições de ensino, fornecedores, programas de governo e startups.
- Participar de redes de apoio, como associações empresariais, SEBRAE, aceleradoras e feiras de inovação.
- Fomentar a criatividade interna, valorizando as ideias dos colaboradores.
O mercado atual tende a ser dominado por quem compreende o valor da inovação. Ela não precisa ser grandiosa ou cara, mas pode começar com mudança simples e significativas. Não é a tecnologia em si que muda o ambiente empresarial, mas a diferença que ela faz na vida dos clientes.
Importante ressaltar que, para se tornar uma empresa inovadora, o ponto central não deve ser a tecnologia investida, mas as pessoas. Com coragem, estratégia e apoio adequado é possível transformar limitações em oportunidades de crescimento.
Tenha sempre em mente: os clientes não vão esperar que sua empresa se adapte às transformações digitais e às inovações que estão por vir. Você é que deve se antecipar a elas. Sucesso!
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