A armadilha do networking sem pausa

Mulher segurando uma xícara de chá próximo à janela, simbolizando uma pausa consciente em meio à sobrecarga emocional do empreendedorismo feminino.

Em meio a tantos convites para eventos, palestras, cursos, cafés de negócios, lançamentos e encontros estratégicos, muitos empreendedores – especialmente mulheres – têm sentido uma exaustão silenciosa. E ela não vem do trabalho em si, mas da sobrecarga de estímulos, interações e decisões que exigem presença constante.

O excesso de oportunidades também pode ser um problema. E não por serem ruins, pelo contrário. São espaços potentes de conexão, conhecimento e visibilidade. Mas o acúmulo desenfreado nos deixa com pouco ou nenhum tempo para processar, aplicar, descansar ou simplesmente digerir o que foi vivido.

Estar em muitos lugares pode significar não estar verdadeiramente em nenhum.

Pesquisas recentes confirmam esse mal-estar generalizado:

📌 Segundo a Pumble (2023), 70% dos profissionais acreditam que seriam mais felizes no trabalho se participassem de menos reuniões.

📌 Um estudo da Clockify (2023) revelou que 87,7% dos empreendedores relatam impactos negativos na saúde mental, com mais de 34% se sentindo esgotados.

📌 E no Brasil, a pesquisa do portal RH Pra Você (2022) mostra que 64% dos profissionais apontam o excesso de e-mails e compromissos como fator que reduz drasticamente a produtividade.

Diante disso, uma pergunta começa a ecoar em muitas rodas de conversa, principalmente entre mulheres que lideram negócios: Até onde esse ritmo faz sentido? E o que realmente está nos nutrindo e não apenas nos preenchendo?

Não se trata de abandonar os espaços ou de negar convites valiosos. Trata-se de reconhecer que foco, descanso e clareza também são ativos estratégicos. De aceitar que nem toda demanda precisa ser atendida agora, e que o “não”, quando dito com propósito, protege aquilo que é mais essencial: nossa energia, nossa atenção e nossa saúde.

Essa reflexão não vem com fórmulas prontas. É uma construção diária. E quem escreve aqui também está nesse processo: venho repensando escolhas, tentando respeitar meus limites e, muitas vezes, sofrendo para aprender a colocar o que é importante no centro.

Porque às vezes, o verdadeiro crescimento vem não do próximo evento — mas do intervalo entre um compromisso e outro. É no silêncio, e não no excesso, que a nossa voz volta a ser ouvida.

E você? Já aprendeu a dar limites para proteger o que é essencial?

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