Até a política grita: olhe para quem está dentro de casa!

Peões coloridos conectados em uma rede, simbolizando as conexões próximas e significativas das 10 pessoas mais importantes no radar da vida.

Esquece a humanidade. Você não vai cuidar da humanidade. A humanidade são os seus.

Quem são as dez pessoas mais próximas de ti? Aquelas por quem você faria qualquer coisa para “salvar”?

Quais os nomes que cabem nos dez dedos das suas mãos?

Essas são as pessoas do seu RADAR DOS 10. Acabei de inventar esse título para que fique fácil de lembrar. Uma expressão, um simbólico, uma âncora que te trará à realidade sobre quem verdadeiramente importa.

O número um será sempre você e os outros nove, os seus eleitos. E se não tiver nove, tudo bem, conte as preciosas relações, não se importe com números.

E aonde entra a política nesta conversa? Ela é a detonadora do texto.

Confesso que estive pouco participativa no processo eleitoral deste ano. Assisti a raros debates e me resguardei de campanhas agressivas e polarizadas que não apresentavam projetos de governo, mas na semana que passou me imbui da responsabilidade de pesquisar um pouco mais sobre os candidatos a prefeito, não só da minha cidade, como de várias cidades do Brasil. Vi tanta maledicência, tanto comportamento egocêntrico em descompasso com a proposição de um gestor público, que isso me deixou ansiosa.

Fiquei verdadeiramente preocupada de termos candidatos a lideranças nitidamente incapacitados, com seus discursos, declaradamente, degradantes, sem educação e sem os valores fundamentais que devem refletir o compromisso com o bem-estar da comunidade, com a justiça social e com a governança eficaz.

Empática que sou, enlouqueci por algumas horas pensando nesses candidatos, que, se eleitos, como resolveriam as necessidades e desafios dos cidadãos? Como ouviriam ativamente sobre os problemas e promoveriam políticas para atender às diversas demandas da população?

Nesse caldeirão de pensamentos, lembrei-me de uma frase do Luciano De Crescenzo que me trouxe à luz: “È facile amare l’umanità, difficile è amare il prossimo”; “É fácil amar a humanidade, é difícil amar o próximo”. A citação disparou minhas conexões em autoconhecimento: pregar para a humanidade distante traz o alívio do só dizer. Os próximos que lutem! Discursos sem pautas, para mais quatro anos de “to be all talk”.

A política que vivenciamos hoje reforça o que já sabemos: temos que olhar para quem está dentro de casa, quem está no nosso RADAR DOS 10.  O prefeito eleito, gostando eu ou não, seguirá o seu plano de governo ou a falta dele, reverberando sempre as suas convicções. Essa clareza me faz querer cuidar mais de mim e dos meus eleitos, assumindo o compromisso de relacionamentos que contribuam para o crescimento e desenvolvimento dessas pessoas. Se eu conseguir a difícil tarefa de somar na vida de 9, nossa comunidade já estará melhorada.

Beijo beijo.

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