Virando o jogo

A pandemia em 2020 sem dúvida foi extremamente difícil para os negócios, mas as mulheres estão entre as mais afetadas. Recentemente o Sebrae estimou que 52% das empreendedoras tiveram que fechar temporário ou definitivamente seus negócios. Contudo, as empreendedoras reagiram melhor para se manterem dentro do ‘novo normal”. As mulheres donas de negócios buscaram mais que os homens soluções digitais para vender, cerca de 32% mais.

Depois de driblar as dificuldades com o conflito trabalho x família, as empreendedoras enfrentam outro grande desafio: o faturamento de empresas abertas por mulheres é menor do que as empresas abertas por homens. E claro, um dos fatores que levam a isso é a carga horária que as mulheres dedicam aos seus negócios que é 18% a menos que os homens.

Outro motivo apontado pelo estudo é a área de atuação, pois o empreendedorismo feminino geralmente acontece nos setores de alimentação, moda e beleza. Existem crenças que limitam a presença de mulheres em outras áreas, principalmente nas áreas ligadas a tecnologia. E isso acontece pelo fator espelhamento, ter um modelo na hora de empreender é muito importante, traz uma boa dose de segurança.

Hoje as mulheres lideram menos de 20% no agronegócio. Nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática elas ocupam menos de 30% das posições. Esse número cai expressivamente quando a análise sobe o nível do escalão da gestão.

Hoje a área que está carregando a economia global é a tecnologia e nela existe uma carência enorme de profissionais, portanto se mais mulheres entrassem neste segmento mais rápido diminuiríamos o gap.

Uma pesquisa conduzida pela consultoria Korn Ferry prevê que a indústria de tecnologia vai enfrentar um déficit de 4,3 milhões de profissionais em 2030.

Empresas como a Dell estão conduzindo ações internas para atrair mais mulheres para participarem de processos seletivos na área técnica, com vários programas para elevar em até 50% a participação de mulheres no total de sua força de trabalho.

Diante deste cenário, cabe a nós mulheres sempre apoiarmos e incentivarmos todas as iniciativas e empreendimentos femininos. Podemos começar em casa mesmo, estimulando nossas garotas a terem coragem de assumir carreiras em áreas predominantemente masculina, seja na cidade ou na zona rural. E dentro de organizações buscando a disputa justa entre homens e mulheres em cargos de liderança. Precisamos ajudar outras mulheres a fomentarem novos negócios em áreas diversas e conquistarem o seu protagonismo.

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