Quando a positividade é negativa?

Na semana anterior, falávamos sobre constância, lapidação e perseverança. Hoje, vamos contextualizar para você entender algumas ambivalências que sente no seu cotidiano, ok? É como se bagunçasse a sua atenção, fragmentando-a. Em longas jornadas de trabalho, atenção para com a atenção: o tempo dedicado tem efeitos nocivos, precisando de técnica e manejo mesmo quando você não está sendo multitarefa. A excessiva positividade se apresenta como excesso de estímulos, informações e impulsos, suas facetas mais conhecidas.


Para esta semana, medos e sonhos, alguns desejos de brinde! Aqui no blog, já conversamos sobre a importância da consistência na trajetória, respeitando o tempo de cada uma de vocês, não é?. Quem resolve problemas, acaba sendo um espelho de um caminho a seguir.


A Psicanálise, compartilhando com você termos conceituais, ensina como a identificação com o objeto idealizado contribui para a formação e para o enriquecimento das chamadas instâncias ideais da pessoa (ego ideal, ideal do ego). Descomplicando os termos, leia as instâncias ideais como um confronto entre a nostalgia de um narcisismo infantil perdido e um tipo de formação dinâmica que suporta ambições e progressos.


É em relação com a elaboração da noção de narcisismo, que entenda como um imenso apreço ou amor por quem se é; daí a necessidade de reconhecimento e confirmação ante as demais pessoas, que Freud definiu a idealização, cujo funcionamento ele exemplificou, especialmente na vida amorosa. Portanto, a Psicanálise também aborda esse espelhamento como algo presente desde bebês e que segue vida afora escoltando todas as escolhas feitas por onde você se espalha.


Pense que o que lhe adoece não são o excesso de responsabilidades e de iniciativas, mas o imperativo do desempenho como um mandato da hoje sociedade pós-moderna do trabalho. Em outros termos, estou falando de depressão. A depressão que não obedece apenas ao esgotamento de si, mas à pressão de desempenho externa. Burning out.


Com toda a certeza, você conhece ou se reconhece no parágrafo acima. Inquietação sem rumo não gera novidades nem ideias, mas alavanca e repete o que existe em você. E, nos diga, o que você tem cultivado daí?


Uma ótima leitura e até a próxima semana!

Artigos relacionados

Comentários