Eleve seu autoconceito para elevar seu “pitch”
Em disparado, a coluna da semana anterior angariou consigo um número surpreendente de manifestações espontâneas, a começar pela CEO Donadelas, atravessando seguidoras que entendem a cada semana um pouco mais sobre empreender e seus vieses malabaristas.
Obviamente deixo um pouco de mim a cada semana, compartilhando com você, leitora, o que pesquiso, estudo e aplico. Como você, acerto e erro. Trato com carinho os erros para interpretação adequada deles, os descubro na sequência como acertos, pois tateando pesquisas de opinião, faço comparação entre o que pretendo comunicar e a melhor forma de chegar até você. Também como você, já abdiquei algumas vezes de paixões e ideias, pois falavam completamente sobre mim e não sobre meu público. Aqui, cabe um adendo, oportuno para todas nós: você não é o seu cliente, seu paciente, seu público.
Vou me explicar melhor para que não haja desentendimentos entre nós: o que é claro para você não o é para quem você vende. Pode ser óbvio para você, autoridade com expertise no que faz, mas para outra pessoa, não é! Eu mesma, habituada e forjada em rodapés de livros sobre comportamento humano nas últimas décadas, com toda a certeza, me é de grande dificuldade, por exemplo, lembrar espontaneamente quantos quilos tem uma arroba, unidade de medida de quando a comercialização de animais vivos correspondia médios 15kg. Qual exemplo pessoal seu poderia ser enumerado aqui?
Pitch. Mas, Arianne, o que é isso? Essa palavrinha, em tempo de relógio de máximos 5 minutos, é o resumo do que é sua empresa, sua ideia! Pitch é uma apresentação breve e direta da empresa a ser feita para potenciais investidores farejando sócios, capitais e/ou parceiros; também pode ser a apresentação da sua empresa para futuros clientes.
Onde entra o autoconceito? Semana passada falávamos sobre o desequilíbrio que equilibra, nessa lhe convido a apresentar para você mesma o seu negócio em poucos minutos. Como você comunica isso? Como você informa com clareza e concisão para o seu público-alvo, a dita persona, e gera valor e admiração dos que ainda não são seus clientes ou pacientes?
Vou levantar, intencionalmente, uma polêmica reflexão. As mulheres costumam achar, quando o tema são negócios, que homens são mais assertivos, agressivos, confiantes. De nós para nós mesmas, acolhedoras, agregadoras, conservadoras, sutis. Falamos aqui de cultura e o quanto ela reverbera no nosso autoconceito, sobretudo quando não nos damos conta disso.
“Faça o que você ama e não trabalhará um dia”. Percebe o quão romanceada é a ideia de trabalho na cabeça de muitas de nós? Exatamente por amar o que faz, você se desdobra e trabalha muito mais, porque é comprometida em entregar o seu melhor ou fazer mais.
Mais cedo perguntei no meu podcast se ser feliz é realizar todos os nossos desejos e alertei que para nós, psicanalistas, felicidade são momentos, pois não há possibilidade real de plena satisfação em tudo o que faz, nessa ideia de prazer intensamente interminável. Caso você paute a vida pessoal e profissional com foco nesse aspecto, sugiro vivamente uma escuta especializada de si em Psicanálise. Será libertador, confie!
Tudo bem você ter modestas ou imensas expectativas em seu negócio, que convém ter o formato que você dá conta de gerir enquanto estuda e o aperfeiçoa. Mas, tenha clareza disso tudo. A escuta clínica mostra íntima relação entre baixa autoconfiança em competências e habilidades no público feminino.
Quando você se sentir pronta para re-começar, conte comigo. Boa leitura e até sexta!
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